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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ossoyn


DIA: Quinta-feira.
CORES: Verde e Branco.
SÍMBOLOS: Haste ladeada por sete lanças com um pássaro no topo (árvore estilizada).
ELEMENTOS: Floresta e Plantas selvagens (Terra).
DOMÍNIOS: Medicina e Liturgia através das folhas.
SAUDAÇÃO: Ewé ó!
Kó si ewé, kó sí Òrìsà, ou seja, sem folhas não há orixá, elas são imprescindíveis aos rituais do Candomblé. Cada orixá possui suas próprias folhas, mas só Ossaim (Òsanyìn) conhece os seus segredos, só ele sabe as palavras (ofó) que despertam o seu poder, a sua força.
Ossaim desempenha uma função fundamental no Candomblé, visto que sem folhas, sem a sua presença, nenhuma cerimónia pode realizar-se, pois ele detém o axé que desperta o poder do ‘sangue’ verde das folhas.
Ossaim é o grande sacerdote das folhas, grande feiticeiro, que por meio das folhas pode realizar curas e milagres, pode trazer progresso e riqueza. È nas folhas que está à cura para todas as doenças, do corpo ou do espírito. Portanto, precisamos lutar por sua preservação, para que consequências desastrosas não atinjam os seres humanos.
A floresta é a casa de Ossaim, que divide com outros orixás do mato, como Ogum e Oxóssi, o seu território por excelência, onde as folhas crescem em seu estado puro, selvagem, sem a interferência do homem; é também o território do medo, do desconhecido, motivo pelo qual nenhum caçador deve penetrar na floresta na mata sem deixar na entrada alguma oferenda, como alho, fumo ou bebida. Medo de que? Medo dos encantamentos da floresta, medo do poder de Ogum, de Oxóssi, de Ossaim; respeito pelas forças vivas da natureza, que não permitem a pessoas impuras ou mal-intencionadas penetrar em sua morada. Se nela entrarem, talvez jamais encontrem o caminho de volta.
Ossaim teria um auxiliar que se responsabilizaria por causar o terror em pessoas que entram na floresta sem a devida permissão. Aroni seria um misterioso anãozinho perneta que fuma cachimbo (figura bastante próxima ao Saci-Pererê), possui um olho pequeno e o outro grande (vê com o menor) e tem uma orelha pequena e a outra grande(ouve com a menor). Muitas vezes Aroni é confundido com o próprio Ossaim, que, segundo dizem, também possui uma única perna. Não se pode por isso confundir Ossaim com o Saci-Pererê, que é um personagem do folclore brasileiro. Ossaim é orixá de grande fundamento, que possui uma só perna porque a árvore, base de todas as folha possui um só tronco.
De acordo com a história desse orixá, há uma rivalidade entre Ossaim e Orunmilá, que reflecte, na verdade, a antiga disputa entre os Oníìsegùn – mestres em medicina natural que dominavam o poder das folhas – e os Babalawó – sacerdotes versados nos profundos mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo.
Ossaim é um orixá originário da região de Iraó, na Nigéria, muito próxima com a fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como muitos pensam, do panteão Jeje assimilado pelos Nagô, como Nana, Omolú, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia Ioruba. Contudo, é evidente que entre os Jeje havia um deus responsável pelas folhas, e Ágüe é o seu nome, por isso Ossaim dança bravun e sató, a exemplo dos deuses do antigo Daomé.
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Uma confusão latente refere-se ao sexo de Ossaim; é preciso esclarecer que se trata de um orixá do sexo masculino. Entretanto, como feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo de relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o controvertido relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar se foi ou não amoroso, é o mais comentado.
Na verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são orixás do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da Terra.
Características dos filhos de Ossaim
Os filhos de Ossaim são pessoas extremamente equilibradas e cautelosas, que não permitem que as suas simpatias ou antipatias interfiram nas suas opiniões sobre os outros. Controlam perfeitamente os seus sentimentos e emoções. Possuem grande capacidade de discernimento e são frios e racionais nas suas decisões.
São pessoas extremamente reservadas, não se metem em questões que não lhe dizem respeito. Participam em poucas actividades sociais, preferindo o isolamento. Elas evitam falar sobre a sua vida, sobre o seu passado, preferem manter certa aura de mistério. Geralmente, não têm nada de mais a esconder, mas desejam manter reserva.
Pressa e ansiedade não fazem parte das suas características, pois são pessoas dadas aos detalhes e caprichosas no cumprimento das suas tarefas. Possuem gosto por actividades artesanais que exigem isolamento e paciência; não gostam de ter chefe nem subalternos, não se prendem a horários, apreciam a independência para fazer o que gostam na hora que querem. São pessoas fascinadas com as regras e tradições, adoram questioná-las. Possuem um gosto exacerbado pela religiosidade.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

História do Olubádjè


Olubajé é um ritual anual para Obaluaiê e só é feito em casas de Candomblé, sendo obrigatório em casas onde haja feito um Yawo de Obaluaiyê há menos de sete anos ou o próprio Zelador ou Zeladora seja deste Orixá.
Olubajé é uma palavra de origem Iorubana e significa Olú : Aquele Que; Ba : Aceita; Je : Comer.


Olubajé

Diz uma lenda que Xangô, um Rei muito vaidoso, deu uma grande festa em seu palácio e convidou todos os Orixás, menos Obaluaiyê, pois as suas características de pobre e de doente assustavam o rei do trovão. No meio do grande cerimonial todos os outros Orixás começaram a notar a falta do Orixá Rei da Terra e começaram a indagar o porquê da sua ausência, até que um deles descobriu de que ele não havia sido convidado.
Todos se revoltaram e abandonaram a festa indo a casa de Obaluaiyê pedir desculpas, Obaluaiyê recusava-se a perdoar aquela ofensa até que chegou a um acordo; daria uma vez por ano uma festa em que todos os Orixás seriam reverenciados e este ofereceria comida a todos desde que Xangô comesse aos seus pés e ele aos pés de Xangô.
Nascia assim a cerimónia do Olubajé. Porém, existem diversas outras lendas que narram outros motivos sobre o porquê de Xangô e Ogum não se manifestarem no Olubajé.
Aqui vou contar um resumidamente o que acontece nessa cerimónia:
Nesse dia todo o terreiro se encontra ornamentado na cor deste Orixá, Obaluaiyê – devo ressaltar que essa é a única cerimónia dentro do Candomblé que dispensa o Ipadé de Exú.
Chega a hora e o Babalorixá ou a Yalorixá faz soar o adjá, forma-se uma fila indiana, trazendo panelas de barro ornamentadas com faixas, todas elas contendo as comidas de todos os Orixás com excepção da comida do Orixá Xangô; à frente estará a Yalorixá ou o Babalorixá seguida por uma filha de Iansã, carregando uma esteira, uma outra com um pote na cabeça contendo a bebida sagrada das cerimónia chamada de Aluá, mais uma com um vasilhame de barro cheia de Ewe Lara (folha de mamona) a qual servirá de prato para as comidas; logo em seguida mais 21 pessoas ou 7 – estes são os números das comidas oferecidas – transportarão vasilhames de barro à cabeça, trazendo-os para o centro da sala, onde serão colocados sobre a esteira, formando assim a mesa do banquete.
É importante ressaltar que todos, como numa cerimónia de um Bori, inclusive os assistentes, deverão estar descalços.
Em seguida, três dos iniciados mais antigos servem as comidas, colocando um pouco de cada uma das comidas existentes no banquete sobre uma folha de mamona que serve de prato. Todos os presentes na cerimónia devem comer um pouco de cada uma das comidas, utilizando apenas as mãos para comer, e é também obrigatório que todos dancem ao som das músicas e cantigas que vão sendo entoadas em louvor do Orixá.
Todos batem palmas pausadamente – paó – saudando Obaluayê. Com voz forte e cheia de entusiasmo, esta frase melodiosa ecoa:
Omulú Kíí bèrú já__Kòlòbó se a je nbo
Kòlòbó se a je nbo__Kòlòbó se a je nbo__Aráayé.
Omulú não teme a briga.
Em sua pequena cabaça traz axé e feitiço.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Bori


Da fusão da palavra Bó, que em Ioruba significa oferenda, com Ori, que quer dizer cabeça, surge o termo Bori, que literalmente traduzido significa “ Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode-se afirmar que o Bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu Bori é (Iésè órìsà).
Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu Ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido as suas próprias potencialidades. Odú é o caminho pelo qual se chega à plena realização de Orí, portanto não se pode cobiçar as conquistas dos outros. Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá, deve ser grande no seu próprio caminho, pois, embora se escolha o Orí antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.
Exú, por exemplo, mostra-nos a encruzilhada, ou seja, revela que temos vários caminhos a escolher. Ponderar e escolher a trajectória mais adequada é a tarefa que cabe a cada Orí, por isso, o equilíbrio e a clareza são fundamentais na hora da decisão e é por intermédio do Bori que tudo é adquirido.
Os mais antigos souberam que Ajalá é o Orixá funfun responsável pela criação de Orí. Desta forma, ensinaram-nos que Oxalá deve ser sempre evocado na cerimónia de Bori. Iemanjá é a mãe da individualidade, e por essa razão está directamente relacionada com Orí, sendo imprescindível a sua participação no ritual.
A própria cabeça é a síntese dos caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabam, muitas vezes, configurando-se como sinónimos) começam no Orí, que ao mesmo tempo aponta para as quatro direcções.
OJUORI – A TESTA
ICOCO ORI – A NUCA
OPA OTUM – O LADO DIREITO
OPA OSSI – O LADO ESQUERDO
Desta mesma forma, a Terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, este e oeste; o centro é a referencia, logo, todas as pessoas se devem colocar como o centro do mundo, tendo à sua volta os quatro pontos cardeais: os caminhos a escolher e a seguir. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as possibilidades e contradições.
Em África, Orí é considerado um Deus, aliás, o primeiro que deve ser cultuado, mas é também, juntamente com o sopro da vida (emi) e o organismo (ese), um conceito fundamental para compreender os rituais relacionados com a vida, como o Axexê (asesé). Nota-se a importância destes elementos, sobretudo o Orí, pelos Orikis com que são invocados.
O Bori prepara a cabeça para que o Orixá se possa manifestar plenamente. Entre as oferendas que são feitas ao Orí algumas merecem menção especial.
É o caso da galinha de Angola, chamada Etun ou Konkém no Candomblé; ela é o maior símbolo de individualização e representa a própria iniciação. A Etun é adoxu (adosú), ou seja, é feita nos mistérios do Orixá. Ela já nasce com Exú, por isso se relaciona com o começo e com o fim, com a vida e a morte, por isso está no Bori e no Axexê.
O peixe representa as potencialidades, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a liberdade o seu próprio caminho. As comidas brancas, principalmente os grãos, evocam fertilidade e fartura. Flores, que aguardam a germinação, e frutas, os produtos da flor germinada, simbolizam a fartura e a riqueza.
O pombo branco é o maior símbolo do poder criador, portanto não pode faltar. A noz cola, isto é, o obi é sempre o primeiro alimento oferecido a Ori; é a boa semente que se planta e se espera que dê bons frutos.
Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranquilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade, mas cabe ao Orí de cada um eleger as prioridades e, uma vez cultuado como deve ser, proporciona-as aos seus filhos.
Nunca se esqueça: Orixá começa com Orí.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Odús


Os 16 Odús Arquétipos
1 – Okanran
Exú ” Onde há o bem, haverá o mal e o mundo começa na unidade.”

Pessoas com esse Odú são contraditórias; o sim pode ser o não, São sensuais, amantes apreciados e com grande atração sexual, adoram os prazeres da vida, são desordeiros e amorais.

Fazem de tudo, dependendo de seus interesses. Sâo mentirosos, manhosos, astuenciosos, mas pagadores. Entretanto são amigos e seus amigos. São alegres, serviçais, prestativos e amáveis quando convém.

Gostam de resolver problemas quando sabe que seram bem recompensados, embora pareçam desligados e despreocupados, estão semre atentos fiscalizando tudo e se intrometendo onde não devem. são provocadores e leva-e-traz.

Têm um potencial enorme para a Magia, são explosivos e muito raramente agem com razão. Têm muita sorte nos negócios, mas são insconstantes.

Se for mulher precisará ter cuidado com o útero.

2 – Ejiokô:
Ebeji

Pessoa com esse Odú adoram comer, são barulhentas e gostam do luxo e da riqueza. São extremamente trabalhadoras, brincalhonas, agressivas, mentirosas, consumistas ao extremo, teimosas e inconsequentes.

Muitas vezes, envolvem-se com a justiça por causa de roubo e, embora sejam de grande sensibilidade, agem sempre pro interesse. Riem e choram ao mesmo tempo, gostam de brigar e apreciam festas, musicas e danças.

Possuem uma intuição muito forte, parecem sempre jovens, são sinceras e nisso podem beirar a grosseria e não sabem conviver com a derrota. No amor são ciumentas e devem controlar a suas obstinação.

Quanto saúde sofrem sempre, quando se trata de vesícula e fígado, que são seus pontos vulneráveis.

3 – Etagundá
Ogum “É aquele que se lava com sangue”

Pessoa com esse Odú são dinâmicas, audaciosas, entrépidas, honestas, violentas e brigonas. Adoram comer e beber e são trabalhadoras eficientes.

Agem sem pensar porquê usam sempre o instinto. Emotivas, dificilmente perdoam ofensas, mas da mesma forma como se irritam, logo se arrependem. Podem ser mal-humoradas, desagradáveis, antipáticas, fingidas, mentirosas e intransigentes. Com esse caráter difícil e intratável, tendem a ser solitárias permanecendo solteiras ou sendo más companheiras.

Pessoas com esse Odú em geral são recompensadas pelos seus esforços, mas sempre sofrem por amor e com traições dos amigos. Por serem emocionalmente insconstantes, estão propensas a problemas espirituais e físicos, emboram na maioria das vezes consigam se recuperar com facilidade de qualquer doença.

Devem ter cuidados com os rins, pernas e braços.

4 – Irossum Meji
Yemanjá “Somente o mar conhece seus segredos”

Pessoas com esse Odú são protetoras, sérias, altivas, honestas e dedicadas à familia.

São fiéis, preocupando-se sempre com os outros. Embora aparentemente tranqüilas, doces e pacientes, são rigorosas, energéticas. Seus sentimentos são sempre exessivos: Ciumentos e pocessivos, são imprevisíveis, principalmente quando estão irritadas. Ás vezes, poem à prova suas amizades e não costumam perdoar nem esquecer nunca as falhas dos outros.

Não guardam segredos, são pessoas orgulhosas, vaidosas, sensuais e fascinantes, gostam do azul, de jóias caras e da vida suntuosa, mesmo quando não vivem assim.

São muitos intuitívas e místicas, possuindo grande habilidade manual e podem ter sucesso com vendas. Entretanto sofrem com traições amorosas e precisam sempre cuidar do estômago.

5- Oxê Meji
Oxum “O Sangue corre pelas veias”

Esse Odú faz com que as pessoas sejam infantis, crédulas e, aparentemente, ingênuas. São emotivas, instáveis, sedutoras, inconstantes e infiéis. Choram e riem com a mesma facilidade. São doces como mel, quando desejam conquistar ou possuir algo, mas podem ser falsas e mentirosas quando lhe interessam.

São caprichosos, vaidosos e interesseiros. Gostam do luxo, de conforto e riqueza, adoram perfumes, jóias e roupas caras. Preguiçosos, moles e indecisos, mostram falta de interesse e de cuidado. Parecem relaxados, mas esta é a sua maneira de seduzir.

Têm mão de magia, força e proteção espiritual. Possuem uma religiosidade muito forte e são fascinados por tudo que é mistico. Quando estão com raiva, vingam-se sem piedade e por isso precisam aprender a controlar sua vaidade e egocentrismo.

Precisam sempre ter cuidado com o estômago, aparelho digestivo e o sistema hormonal.

6- Obará
Oxossi “Um Rei não diz mentiras. Da lenda surge a verdade!”

Pessoas com esse Odú são discretos, curiosos e introvertidos, têm muita ligação com Saturno. Possuem iniciativa, estão sempre em busca de novas descobertas e de novas atividades. São espertos, rápidos, desconfiados e estão sempre estão sempre alertas, sempre em movimento. Não param nunca.

Têm grande senso de observação, muita criatividade. Entretanto, saõ distraidas, instáveis e não são perseverantes. Têm um gosto apurado e dotes artísticos, carinhosos e apaixoandos.

Dotados de grande proteção espiritutal, costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões ligadas à justiça e à economia. Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los.

Na saúde, precisam ter cuidado com o sitema linfático.

7- Odi
Omolú Obaluayê “Onde o poço foi feito pela primeira vez”

Pessoas com esse Odú são objetivas e realistas, mas costumam ser pessimistas inverterados, incapaz de sentir-se satisfeitos. São masoquistas, com mentalidade auto-destrutiva, gostam de exibir os seus sofrimentos, suas tristezas e doenças. Sua conduta social é difícil e agressiva. Sâo amargos e vingativos quando frustados ou reprimidos. São obstinados e combativos por sua ambição. Gostam de viajar, são sinceros e, nos negócios, só pensam em grandes lucros.

No trabalho são meticulosos, exigentes e com mutio senso de responsabilidade, mas falta-lhes capacidade de adaptação e agilidade. São conservadores, não aceitam facilmente as mudanças. Hoje têm tudo, amanhã podem ter nada. Costumam viajar e são venais, contado vantagens por causa de escrúpulos imaginários e são capazes de renunciar a seu conforto em pró de seus semalhantes e do bem-estar da coletividade. Por isso a maioria deles optam pela solidão, renunciando à riqueza, tornando-se humildes e pobres.

Têm pouco sucesso no casamento, pois faltam-lhe capacidade para amar, tanto a seus companheiros como às crianças. Podem ser cruéis e perigosos no amor, a mulher não costuma ligar muito para os filhos.

Ambiciosos, costumam ser bem-sucedidos na sua profissão, mas a indecisão muitas vezes os impedem de concluir projetos importantes. Em contra-partida, quando a fé os imupulsam são capazes de ultrapassar grande barreiras e de grandes feitos.

Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes promovendo grandes confusões. Muitos não possuem sorte no amor.

Na saúde precisam ter cuidado com os rins, a coluna e as pernas.

8- Ejionilê
Oxaguian “Quem carrega o corpo é a cabeça”

Pessoas com esse Odú são valentes, guerreiras, mas são generosos, delicados e tolerantes. Honestos por natureza, organizados e metódicos, calmos e dignos de confiança.

Esse Odú, faz com que sejam hospitaleiros e modestos nas atitudes e gostos. São bons pais, mães, bons maridos, boas esposas e bons filhos.

Não se deixam influênciar e a respeito das opiniões contrárias, fazem o que pensam. Aceitam os reverses da vida com resignação. Levam uma vida quase sem sofrimento e são considerados bon vivans. São sujeitos à acidentes graves.

Amam com intensiadade e têm amizades sinceras. Quando são repudiados ou sofrem traições, podem se tornar vingativos. Devem evitar o uso de bebidas alcoolicas, carnes vermelhas e se vestirem de branco às sextas-feiras e cuidar muito do sistema nervoso central.

9- Ossá Meji
Yansã “Seu melhor amigo e seu pior inimigo”

Pessoas com esse Odú são dominadoras, conquistadoras, exêntricas, agressivas, atrevidas, ingratas, egoístas, impacientes, coléricas, possessivas, cruéis, briguentas, arrogantes, organtes, explosivos e levianas.

Ardilosas, lutam para conseguir atingir os seus objetivos. Não gostam de ser enganados, mas enganam, embora possam até certo ponto serem leais e fiéis. Apesar de tudo, têm boa índole, não guardam rancores, são despreendidos e generosos.

Têm uma vida sexual intensa, com parceiros e atividades variadas. Adoram um bom escândalo e não se preocupam com eles. Não ligam para falatórios a seu respeito. Quando apaixonados, são delicados e ciumentos. Adoram atitudes escândalosas, atrevidas. Gostam de roupas e enfeites coloridos, berrantes e ousados, com tendência para a cafonice. Não gostam de criar, nem de cuidar de crianças.

Viajam muito, são excelentes comerciantes, com muito faro e tino para negócios.

Sofrem com problemas nos genitais.

10- Ofun Meji
Oxalufan “Aquele que vence os obstáculos, aqui nasce a maldição!”

Pessoas com esse Odú são inteligentes, tem muita força moral e são apegados aos bons costumes. São simples, pacientes, resignados, delicados, paternais, generosos e hospitaleiros.

Têm um auto-controle muito grande e são calmos, respeitáveis e dignos de confiança. Planos e projetos, se colocados a seu cargo são executados a despeito de qualquer contra-tempo. Entretanto, são egocêntricos, frios, impessoais, lentos, fechados, silenciosos e reservados.

Teimosos, indomáveis e calculistas, sua complacência é falsa e não sabem perdoar.

Na saúde precisam sempre cuidar do estômago e da pressão arterial.

11- Oworyn
Oxumarê “Se vai e volta, não seja mal agradecido”

Pessoas com esse Odú são inteligentes, dinãmicas, pacientes e perseverantes, não medindo esforços em seus empreendimentos.

Sonham com a riqueza e são sempre bem-sucedidos na vida. Apreciam as artes, Têm gosto apurado, acuidade visual e sentido de cores. Elegantes. altivos e irônicos acham-se sempre melhor do que os outros. São maledicentes, fofoquieros, intrigantes e indiscretos, procuram pulverizar seus adversários com grande eloqüência.

São inseguros, seduzem com falsas promessas de poder e riqueza. São generosos quando desejam algo, mas no amor, estão sempre lutando para se impor ao objeto de seus desejos. Apresentam dupla personalidade ou são bissexuais.

Têm vida longa, mas as más influências e a falta de fé os leva a enfrentarem dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. Sâo volúveis e fracassam no primeiro casamento.

Na saúde, tem problemas com a garganta, sistema reprodutor e aparelho digestivo.

12- Ejila Xeborá
Xangô “Quando há uma guerra, o soldado nunca dorme”

Pessoas com esse Odú são machistas, conquistadoras, prepotentes e teimosas. São enganadores natos, mas não gostam de ser enganados. Libertinos, sensíveis às pessoas, são maridos infiéis, ciumentos e vingativos. São senhores de várias mulheres, provocam e estimulam paixôes violentas. São apegados às mães, podendo inclusive praticar o incesto, nem que seja em pensamento.

Valentes, agressivos, cruéis, voluntários, enérgicos, caprichosos e institivos, tendem a ser líderes compulsivos e violentos. Embora guardem um profundo e constante sentimento de justiça, são severos ou benevolentes, segundo o humor do momento. Quando lhes convém, são honestos.

Usam o encanto pessoal, para com muito tato, fazer conchavos. Geralmente usam as pessoas e quando não precisam mais delas, as desprecia ou as destrói.

Arrogantes e vaidosos, sensuais e glutões, amam a vida e tudo que lhes dê prazer e querem sempre o melhor para si.

13- Ejiologbon
Nanã “A morte lhe anuncia uma nova vida”

Pessoas com esse Odú são trabalhadoras e eficientes. Tem dotes materiais muito aflorados. São sábias, carinhosas e devotadas. Extremamente organizadas, são previdentes e sempre agem com muita calma, benevolância, gentileza e dignidade.

São pessoas lentas, indulgentes, bem equibradas e justas. Normalmente educam com excesso de doçura e mansidão. Entretanto, zelam pelos bons costumes não aceitando mentiras, desonestidades ou falsidades. Em determinados momentos tornam-se extremamente intolerantes e vingativas.

Algumas pessoas desse Odú, tornam-se taciturnas, mal-humoradas, ranhetas e vaidosas, gostando de solidão. A maioria acredita que tudo na vida é transitório e aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais. Além disso, sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória.

Sem sorte no amor, são dotados de mão de cura e se destacam nos serviços médicos e de assistência psicológica e terapias alternativas.

Precisam sempre ter muito cuidado com baço e pâncreas.

14- Iká
Ossaim “Aquele que tira água com peneira”

As pessoas com esse Odú são introvertidas, desconfiadas e esquisitas, de temperamento discreto, São desligados, gostam de liberdade e são desprovidos de interesses materiais, embora possam ser ricas. São imprevisíveis e podem ser bissexuais.

Sâo tolerantes, de bom coração, adoram plantas e animais. Equilibrados, são capazes de controlar seus sentimentos e emoções, julgando os semelhantes através do que sentem e não das convenções sociais.

Belos e sensuais, tem aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixôes arrebatadoras, mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores.

Possuem muito talento para a magia e uma enorme força espiritual, que se manisfesta através do olhar. Tem tendência a ter conflito psíquicos e problemas nas articulações que podem lhe causas problemas de locomoção.

15- Obeogundá
Oba “Um soldado está sempre alerta”

Pessoas com esse Odú são vaidosas e incompreendidas, têm sucesso nos negócios e nos ganhos por serem decididos e agressivos. Vão até às ultimas conseqüências para alcançar seus objetivos.

Gostam de acumular bens e são voltados para o feminismo ativo e têm posições bem definidas. São dotados de ciumes móbidos, e implacáveis quando traidos por amigos.

Sofrem desilusões amorosas e isso acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil e estão sujeitos a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e, também, disturbios do sistema neuro-vegetativo.

16- Aláfia
Orumilá “Aquele que abençoa a todos”

Pessoas com esse Odú são calmas, racionais e mesmo sendo muito raro, esse Odú faz com que as pessoas tenham domínio sobre suas paixões. São excelêntes na área de vendas e de artesanato.

Desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sempre sujeitos à problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.

 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Folha de Akoko


Em Iorubá - Akôko
Nome Cientifico: Newboldia laevis Seem
Nome Popular: acoco

O Akôko é uma das folhas preferidas por todos os candomblecistas por ser associada sempre a prosperidade, tanto de dinheiro (owo), como de filhos (omo). De origem africana, foi introduzida aqui pelos africanos, onde se adaptou perfeitamente. É atribuída aos Orixás Ossaim e Ogum, pois esta árvore é considerada abundante e na África acomoda em suas sombras, assentamentos do Orixá Ogum onde seu culto é extenso na cidade de iré. Akôko é uma árvore sagrada também conhecida mo árvore de Oxóssi.
Entre os Iorubás, é considerada um sinal de prosperidade, pois seus troncos eram muito empregados nas feiras, locais onde o comércio era intenso e era comum que, após serem utilizadas como estacas, seus troncos brotassem, gerando novas árvores.
Já no culto Egungum, o Akôko desempenha um papel fundamental na união dos seres do Ayê (mundo dos vivos) e Orum (mundo dos espíritos). Seu tronco que geralmente não é muito ramificado, lembra um grande opó ixé, que ligaria o Céu a Terra. Nesse caso, sua principal relação se dá com a Iyagbá Oyá, Senhora dos Ventos e dos eguns, que recebe o título de Alakôko, senhora do Akôko. Constatamos assim dois aspectos importantes dessa árvore: Sua ligação com a ancestralidade e com o elemento Ar.
Entre os jeje, recebe o nome de Ahoho (pelos Mahi) e Hunmatin (pelos Mina). O Ahoho é um huntingomé/jassú (árvore sagrada) consagrado ao Vodun Gun (Togbo) que costuma tê-la como seu principal atín sa. Segundo a tradição Mahí, os galhos do Ahoho devem ser levados junto ao corpo, em viagens longas, ou que ofereçam algum tipo de risco. Durante a execução de obrigações difíceis também. Essa medida teria como finalidade atrair a proteção de Togbô, que é um guerreiro terrível e que sempre luta pelos seus filhos.
O Akôko é uma folha associada a realeza, daí ser chamada de "a folha dos reis". Espalhada no chão do barracão em dia de festa, atrai prosperidade. Segundo a tradição Iorubá, seu tronco não pode ser ferido por machado, faca ou objetos de ferro. É utilizada para todos os Orixás.
Dizem os antigos, que o Akokô está ligado ao final do ciclo da iniciação, quando uma nova etapa na vida do iniciado começará. Por isso é uma folha muito empregada durante cerimônias de festejo dos sete anos (Odu Ige) de iniciado, principalmente quando ocorre entrega de oye (cargo). Segundo alguns, nenhum rei é considerado rei se não tiver levado no seu ori a folha de Akôko.
Quem quiser plantar o Akôko, não precisa de muito espaço, pois o seu tronco não é muito grosso, porém o seu porte é majestoso, fica bem alta. Suas flores também são bem bonitas, lembram a de um Ipê Rosa, pois pertence a mesma família botânica. Porém cuidado, pois existem pessoas vendendo Akosi como se fosse Akôko. Salve o nosso Rei! Árvore forte e imponente, esse é o Akôko. Vamos cantar para ele:
Ewé ófé gbogbo akoko
Ewé ofé gbogbo akoko
Awá li awá oro
Ewé ofé gbogbo akoko
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes
Nós temos, nós somos, riqueza e saúde
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes


Quartinhas


QUARTINHAS

Quartinha é um pequeno pote, geralmente de barro, no qual de deposita água sagrada, água purificada ao Orixá e fica ao lado do assentamento do Orixá. O barro da quartinha, assim como nosso corpo, "transpira" e por isso que as quartinhas devem ser sempre de barro pois elas permitem que a água do seu interior evapore, mas deve-se ter um cuidado constante para que a quartinha não seque por completo, pois ela representa um ser vivo e o cuidado que temos com o Orixá.
Na África, todas as eram confeccionadas em barro, as escravas, quando em solo brasileiro, se encantaram, com as porcelanas das sinhazinhas e começaram a utilizar a porcelana, nos assentamentos dos Orixás femininos, porém as quartinhas de porcelana, louça, latão, metal, fazem com que a água fique estagnada o tempo todo e não evapore. Com o passar dos séculos, tradicionalmente ficou estipulado que os Orixás masculinos, possuiriam quartinhas de barro e os Orixás femininos, assim como Oxalá, tanto Oxalufan, como Oxaguiã, poderiam usarem quartinhas de porcelana.
A quartinha representa a respiração da divindade, então quando a divindade necessita dessa respiração, há o ciclo de evaporação da água através dos poros do barro. Aos Orixás masculinos são oferecidos quartinhas de barro sem alça, aos Orixás femininos são oferecidos quartinhas normalmente de louça ou mesmo de barro com alça.
As quartinhas também são chamadas de Busanguê, Eni, Amoré e outros, dependendo da nação. Colocar quartinha de louça aos pés da divindade, não é uma prática do Candomblé antigo, porque na África não se produz louça. Todos os utensílios ligados ao culto das divindades são feitos na sua maioria de barro e quando não são feitos de barro, é usado terracota ou argila.

Òyá e Sòngó

Xangô era casado com Iansã e viviam no reino de Oió. Um dia Xangô ouviu falar a respeito de um mago que vivia em outro reino, que tinha uma poção capaz de fazer com que aquele que a tomasse, pudesse cuspir fogo e ter o domínio sobre os raios e as tempestades. Xangô incumbe Iansã de ir até o reino deste mago para pegar a poção. Quando chegou lá, Iansã é avisada pelo mago para não beber o composto do pote em nenhuma hipótese. Entretanto no caminho, Iansã sente uma sede muito grande e não resistindo toma parte da poção. Chegando ao Reino de Oió, ao encontra Xangô e ser questionada sobre a viagem Iansã abriu a boca para responder e sem esperar, em vez de sua fala saiu labaredas de fogo. A partir deste dia Xangô teria de dividir com Iansã, o poder de fazer fogo e dominar os raios e trovões.

terça-feira, 26 de junho de 2012

28 DE JUNHO - DIA DI ORGULHO GAY

História do Dia 28 de Junho

No mundo inteiro, tradicionalmente celebra-se o chamado Dia do Orgulho de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) no dia 28 de junho.
A significância do Dia 28 de Junho é que marca o início do movimento moderno LGBT em prol da liberdade de expressão e igualdade de direitos deste segmento da população.
Em 28 de junho de 1969, ocorreu, na cidade de Nova York, o que veio a ser conhecido como a Rebelião de Stonewall. Stonewall era (e ainda é) um bar de frequência LGBT que sofria repetidas batidas policiais sem justificativa.
Naquele dia, os frequentadores se revoltaram contra a polícia e o tumulto que se seguiu durou três dias, mudando para sempre as atitudes repressivas das autoridades perante as pessoas LGBT e dando início à luta pela igualdade de direitos de LGBT.
Todo ano desde então esta data é celebrada por meio de paradas e outros eventos culturais, numa expressão de orgulho - e não de vergonha - de assumir publicamente a orientação sexual e identidade de gênero LGBT.
No Brasil as Paradas do Orgulho LGBT começaram a se tornar um importante momento de expressão e visibilidade desta população a partir de 1995.
Realizadas inicialmente apenas nas capitais maiores, com crescente participação a cada ano, em 2008 chegamos a ter pelo menos 178 paradas em todo o País, inclusive em muitas cidades do interior.
A Parada de São Paulo de 2008 quebrou o recorde de participação com estimadas 3,4 milhões de pessoas na Avenida Paulista e na Rua da Consolação, tornando-se a maior parada do orgulho LGBT do mundo.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Segunda Feira... mais um inicio de semana.... Aséooo



DIA: Segunda-feira
CORES: Preto, branco e vermelho.
SÍMBOLOS: Xaxará ou Íleo, lança de madeira, lagidibá.
ELEMENTOS: Terra e fogo do interior da Terra.
DOMÍNIOS: Doenças epidémicas, cura de doenças, saúde, vida e morte.
SAUDAÇÃO: Atotoó!!!
Omolú é a Terra! Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais temido entre todos os deuses africanos, o mais terrível orixá da varíola e de todas as doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”.
È preciso esclarecer, no em tanto, que Omolú está ligado ao interior da terra (ninù ilé) e isso denota uma íntima relação com o fogo, já que esse elemento, como comprovam os vulcões em erupção, domina as camadas mais profundas do planeta.
Toda a reflexão em torno de Omolú ocorreu colocando-o como um orixá ligado à terra, o que é correcto, mas não deixa de ser um erro desconsiderar a sua relação com o fogo do interior da terra, com as lavas vulcânicas, como os gases etc. o que pode ser mais devastador que o fogo? Só as epidemias, as febres, as convulsões lançadas por Omolú!
Orixá cercado de mistérios, Omolú é um deus de origem incerta, pois em muitas regiões da África eram cultuados deuses com características e domínios muito próximos aos seus. Omolú seria rei dos Tapas, originário da região de Empé. Em território Mahi, no antigo Daomé, chegou aterrorizando, mas o povo do local consultou um babalaô que lhes ensinou como acalmar o terrível orixá. Fizeram então oferendas de pipocas, que o acalmaram e o contentaram. Omolú construiu um palácio em território Mahi, onde passou a residir e a reinar como soberano, porém não deixou de ser saudado como Rei de Nupê em pais Empê (Kábíyèsí Olútápà Lempé).
As pipocas, ou melhor, deburu, são as oferendas predilectas do orixá Omolú; um deus poderoso, guerreiro, caçador, destruidor e implacável, mas que se torna tranquilo quando recebe sua oferenda preferida.
Em África são muitos os nomes de Omolú, que variam conforme a região. Entre os Tapas era conhecido Xapanã (Sànpònná); entre os Fon era chamado de Sapata-Ainon,que significa ‘Dono da Terra’; já os Iorubás o chamam Obaluaiê e Omolú.
Omolú nasceu com o corpo coberto de chagas e foi abandonado pela sua mãe, Nanã Buruku, na beira da praia. Nesse contratempo, um caranguejo provocou graves ferimentos na sua pele. Iemanjá encontrou aquela criança e criou-a com todo amor e carinho; com folhas de bananeira curou as suas feridas e pústulas e transformou-a num grande guerreiro e hábil caçador, que se cobria com palha-da-costa (ikó) não porque escondia as marcas de sua doença, como muitos pensam, mas porque se tornou um ser de brilho tão intenso quanto o próprio sol. Por essa passagem, o caranguejo e a banana-prata tornaram-se os maiores ewò de Obaluaiê.
O capuz de palha-da-costa-aze (aze) cobre o rosto de Obaluaiê para que os seres humanos não o olhem de frente (já que olhar directamente para o próprio sol pode prejudicar a visão). A história de Omolú explica a origem dessa roupa enigmática, que possui um significado profundo relacionado à vida e à morte.
O aze guarda mistérios terríveis para simples mortais, revela a existência de algo que deve ficar em segredo, revela a existência de interditos que inspiram cuidado medo, algo que só os iniciados no mistério podem saber. Desvendar o aze, a temível máscara de Omolú, seria o mesmo que desvendar os mistérios da morte, pois Omolú venceu a morte. Debaixo da palha-da-costa, Obaluaiê guarda os segredos da morte e do renascimento, que só podem ser compartilhados entre o iniciados.
A relação de Omolú com a morte dá-se pelo facto de ele ser a terra, que proporciona os mecanismos indispensáveis para a manutenção da vida. O homem nasce, cresce, desenvolve-se, torna-se forte diante do mundo, mas continua frágil diante de Omolú, que pode devorá-lo a qualquer momento, pois Omolú é a terra, que vai consumir o corpo do homem por ocasião da sua morte.
Obaluaiê andou por todos os cantos de África, muito antes, inclusive, de surgirem algumas civilizações. Do ponto de vista histórico, Omolú é a idade anterior à Idade dos Metais, peregrinou por todos os lugares do mundo, conheceu todas as dores do mundo, superou todas. Por isso Omolú se tornou médico, o médico dos pobres, pois, muito antes da ciência, salvava a vida dos necessitados; durante a escravidão, só não pôde superar a crueldade dos senhores, mas de doenças livrou muitos negros e até hoje muitos pobres só podem recorrer a Omolú que nunca lhes falta.
Características dos filhos de Obaluaiê/Omolú
Os filhos de Omolú são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram exibir os seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim.
Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais optimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice.
Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planearam. Não são do tipo que levam desaforo para casa e se se sentirem ofendidos respondem no acto, não importa a quem. Pensam que só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.
Podem apresentar doenças de pele, marcas no rosto, dores e outros problemas nas pernas. São pessoas sem muito brilho, sem muita beleza. São perversos e adoram irritar as pessoas; são lentos, exigentes e reclamam de tudo.
São reprimidos, amargos e vingativos. É difícil relacionar-se com eles. Parece que os filhos de Omolú são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas eles têm várias, e uma qualidade pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestáveis e trabalhadores. São amigos de verdade

Segunda Feira... mais um inicio de semana.... Aséooo


DIA: Segunda-feira.
CORES: Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho.
SÍMBOLOS: Ogó de forma fálica, falo erecto.
ELEMENTOS: Terra e fogo.
DOMÍNIOS Sexo, magia, união, poder e transformação.
SAUDAÇÃO Laroié!
Exu (Èsù) é a figura mais controversa do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia.
Muitas são as confusões e equívocos relacionados com Exu, o pior deles associa-o à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra.
O maniqueísmo, próprio das grandes religiões monoteístas, não se aplica ao Candomblé, muito menos a Exu. A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom na sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu quotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade.
Exu é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado como se deve, saberá retribuir; quando agradecido pela sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro. No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo catástrofes e dissabores.
Exu é a figura mais importante da cultura iorubá. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens.
Exu é o dono do mercado, o seu guardião, por isso todo o comerciante e aqueles que lidam com venda devem agradar a Exu. As vendedoras de acarajé, por exemplo, oferecem sempre o primeiro bolinho a Exu, atirando-o à rua, não só para vender bem, mas também par afastar as perturbações, evitar assaltos etc., ou seja, para que Exu seja de facto um guardião e proteja o seu negócio.
É importante ressaltar que Exu não tem amigos nem inimigos. Exu protege sempre aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores.
Exu foi a primeira forma dotada de existência individual. Não se sabe ao certo a sua região de origem em África, pois em todos os reinos se presta culto a Exu. Sabe-se, no entanto, que chegou a ser rei de Kêtu. Exu renasceu várias vezes e a sua história revela que é filho de Orunmilá ou de Oxum, dependendo do momento em que renasce.
Características dos filhos de Exu
Os filhos de Exu são alegres, sorridentes, estão sempre de bem com a vida, são ambiciosos, extrovertidos, espertos, inteligentes, atentos. Sabem como ninguém ser sociáveis e diplomáticos, pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questão de manter o maior número possível de amigos.
Rapidamente, os filhos de Exu se tornam pessoas populares, amadas por uns, odiadas por outros. Extremamente dinâmicos, os filhos deste orixá não se desanimam nunca, mantêm sempre a certeza de que as coisas, mais cedo ou mais tarde, acabam por mudar a seu favor.
Pessoas com impressionante facilidade de comunicação, boa lábia, com charme conseguem tudo o que querem. Irónicas e perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada, sem pudores. São pessoas extremamente rápidas, que não pensam: fazem.
Os filhos de Exu possuem uma facilidade impressionante para entrar e sair de confusões, são do tipo que arma a bagunça, sai ileso e ainda se diverte com as consequências. Esquecem facilmente as ofensas, não guardam rancor, mas não perdem a oportunidade de se vingar. Gostam da rua, das festas e das conversas intermináveis, comportamento próprio de um orixá que é só alegria.

HISTORIA DO CANDOMBLE


História do Candomblé


O candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.

O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.

Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses.

Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser Yalorixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam o atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintas os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste.

Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios.

O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo.È necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade. 


Origem do Candomblé: Ifé
A antiga cidade de Ifé, ao sudoeste da atual Nigéria, deslumbrava desde o começo do século como capital religiosa e artística do território que cobria uma parte central da atual República do Daomé. É a fonte mística do poder e da legitimidade, o berço da consagração espiritual, e para onde voltaram os restos mortais e as insígnias de todos os reis iorubas.

A civilização de Ifé, ainda hoje, é pouco conhecida e apresenta uma criação artística variada do realismo, enquanto que a maioria da arte africana é abstrata. O material empregado na arte de Ifé espanta e abisma qualquer historiador, incluindo os próprios africanistas. Ao lado das esculturas em pedra e terracota(argila modelada e cozida ao fogo) tradicionais na África, estão as esculturas em bronze e artefatos em perola.

Uma das artes mais conhecidas é a de Lajuwa, que segundo o povo de Ifé permaneceu no palácio real, mostrando os vestígios em terracota, antes de ter sido redescoberta. Lajuwa foi o camareiro de Oni (soberano do reino de Ifé ou Aquele que Possui). A atribuição dessa terracota a Lajuwa não é estabelecida de maneira segura, entretanto a escultura foi preservada e conservou uma superfície lisa, ainda que o nariz tenha sido quebrado.

A maior parte das descobertas das obras foi feita nos BOSQUETES SAGRADOS: vastas extensões de terras situadas no coração da savana. Cada uma destas descobertas é consagrada a esta ou aquela divindade, entre elas:
- BOSQUETE SAGRADO DE OLOKUM: cobre uma superfície de 250 Há. Ao norte da saída da cidade de Ifé. É dedicado a OLOKUM, divindade do mar e da riqueza.



- BOSQUETE SAGRADO D’IWINRIN: encerra numeroso tesouro artístico, testemunhado, na maior parte, uma arte extremamente realista e refinada. Uma delas é de um personagem com 1,60 m de altura, sentado num banco redondo, esculpido em quartzo e provido com um braço curvado para dentro em forma de anel. Apóia o braço em um tamborete retângulo com quatro pés, sendo ladeado por dois outros de igual tamanho natural, um dos quais tem na mão a extremidade de uma vestimenta cortada.
Supõe-se que o artista tenha manuseado a argila crua em separação. Depois de concluído foi seca ao sol e cozida numa imensa fogueira ao ar livre, obtendo uma terracota de cor uniforme.



- BOSQUTE SAGRADO OSONGONGO: os arqueólogos descobriram uma variedade de esculturas de argila cozida e a maior parte de uma mesa micácea. Entre elas está a cabeça da própria OSONGOGON, porém menos refinada do que a de LAJUWA.
Ao lado desta escultura, há numerosas outras representando personagens com deformações físicas, uma delas com elefantíase nos testículos (doença ligada intimamente ao espírito dos negros e à impotência sexual), objeto de tratamento com rituais especiais. Nos funerais, a liturgia era feita por um sacerdote da antiga sociedade ORO, tida aos “ocidentalizados” como forma monstruosa.
O principal achado e o vaso do ritual destes funerais, decorado em relevo. Revela certos ritos e insígnias religiosas de Ifé. Vêem-se com os efeitos: Edans (bastões de bronze, utilizados pelos membros da Sociedade OGBONIS na cerimônia secreta), um bastão de ritual com uma espécie de espiral saliente em ambos os lados, um tambor, um objeto com dois crânios na base, um machado e dois personagens sem cabeças. 



- BOSQUESTE SAGRADOS DE ORE: possue abundantes esculturas de homens e animais. O grupo principal é constituído de duas estátuas humanas, a maior é chamada IDENA, o porteiro.
IDENA usa um colar de perolas (contas), diferente dos demais usados em estátuas de terracota. Na cintura ostenta um laço e tem as mãos entrelaçadas. A cabeleira não é esculpida, mas representada por pregos de ferro fincados, como acontece na arte de Ifé. -BOSQUETE SAGRADO DE ORODI: encontra-se nele uma estátua de pedra com a cabeça e o corpo enfeitado com pregos, similares aos que ornam Idena. Tem na mão direita uma espada e na esquerda um abano. Está situada em Enshure, província do Ado Ekiti. 



Criação do Reino de Ifé
O grande Deus Olodumaré enviou Osalufã (orixá) para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 dedos e um cmaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por ultimo, colocaria o camaleão para saber se estava firme.

Osalufã foi avisado para fazer uma oferenda ao Orixá Essú antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um Orixá Funfun, Oxalufã se achava acima de todos e sendo assim, negligenciou a oferenda. Essú descontente , resolveu vingar-se de Osalufã, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo alternativa Osalufã furou com seu Apaasoro o tronco de uma palmeira. Um líquido refrescante dela escorreu, era o vinho de palma. Ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.

Olodumaré, vendo que Osalufã, não cumpriu sua tarefa, enviou Odùdùwa para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Osalufã estava embriagado, Odùdùwa recebeu o direito de vir e criar o mundo. Após Odùdùwa cumprir sua tarefa, os outros deuses vêm se reunir a ele, descendo dos céus graças a uma corrente que ainda se podia ver, segundo a tradição, no BOSQUE DE OLOSE, até há alguns anos.

Apesar do erro cometido, uma nov chance foi dada a Osalufã: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigíveis, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.

Odùdùwa interveio novamente, anulou os monstros gerados Osalufã e criou os homens bonitos, sãos e vigorosos, que foram insuflados com vida por Olodumaré.

Esta situação provocou uma guerra entre Odùdùwa e Osalufã. O ultimo foi derrotado e então Odùdùwa tornou-se o primeiro ONI (rei) de Ifé. Distribuiu seus filhos e os enviou para criar novos e vários reinos fora de Ifé.

Mais tarde os Orixás retornaram a Orum, deixando na terra seus conhecimentos e como deveriam ser cultuados seus toques, comidas e costumes, para que fossem cultuados pelos seus descendentes. Então o ser humano começou a fazer pedido aos Orixás e para que cada pedido fosse atendido eles ofereciam comida em troca.

Ao contrario do que se pensa, nem todos os pedidos são atendidos, embora os Orixás sempre aceitem as oferendas. Quando um orixá recebe um pedido, ele o leva a Olodumaré e este decide se o pedido vai ou não ser atendido. Este julgamento vai ser baseado no merecimento da pessoa que faz o pedido.

O povo continua fazendo oferendas aos Orixás até hoje, pois os Orixás procuram sempre fazer o melhor para as pessoas.

O círculo dos deuses é constituído segundo o número 16, número sagrado no candomblé. Ele se encontra em toda parte: no numero de búzios, no númerode chamas da lâmpada dos sacrifícios, na numeração dos membros físicos e psíquicos, quer dizer, das forças e das partes que possui o homem na organização hierárquica. 
Texto retirado da Revista Orixás o Segredo da Vida.;nº 1 -


Grandes Mães Yamin Òsòórónga... meus respeitos


As Senhoras dos Pássaros da Noite quando se pronuncia o nome de Yiá Mi Osorongá, quem estiver sentado deve-se levantar, quem estiver de pé fará uma reverência, pois se trata de temível Òrìsá, a quem se deve apreço e acatamento. ((texto de Rita de Cássia) Pesquisados entre os livros, Jorge Amado) Huilhan Bascom.. Iyá Mi Osorongá ( Ìyá Mi Osorongà ) é a síntese do poder feminino, claramente manifesto na possibilidade de gerar filhos e, numa noção mais ampla, de povoar o mundo. Quando os iorubás dizem "nossas mães queridas" para se referirem às Iyá Mi, tentam, na verdade, apaziguar os poderes terríveis dessa entidade. Donas de um àse tão poderoso quanto o de qualquer Òrìsá, as Iyá Mi tiveram seu culto difundido por sociedades secretas de mulheres e são as grandes homenageadas do famoso festival Gèlèdè, na Nigéria, realizado entre os meses de março e maio, que antecedem o início das chuvas do país, remetendo imediatamente para um culto relacionado à fertilidade. Poder procriador tornou-se conhecidas como às senhoras dos pássaros e sua fama de grandes feiticeiras as associou à escuridão da noite; por isso também são chamadas de Eleyé e as corujas são seus maiores símbolos. A sua relação mais evidente é com o poder genital feminino, que é o aspecto que mais aproxima a mulher da natureza, ou seja, dos acontecimentos que fogem à explicação e ao controle humano. Toda mulher é poderosa porque guarda um pouco da essência das Iyá Mi; a capacidade de gerar filhos, expressa nos órgãos genitais femininos, sempre assustou os homens e as cantigas entoadas durante o festival Gèlèdè fazem alusão a esse terrível poder — que não pertence apenas às Iyá Mi, mas a qualquer mulher Mãe destruidora, hoje te glorifico: O velho pássaro não se aqueceu no fogo. O velho pássaro doente não se aqueceu ao sol. Algo secreto foi escondido na casa da Mãe… Honras à minha Mãe! Mãe cuja vagina atemoriza a todas as Mães cujos pêlos púbicos se enroscam em nós. Mãe que arma uma cilada arma uma cilada. Mãe que tem potes de comida em casa. As mães são compreendidas como a origem da humanidade e seu grande poder reside na decisão que tomar sobre a vida de seus filhos. É a mãe que decide se o filho deve ou não nascer e, quando ele nascer, ainda decide se ele deve viver. A mulher, especialmente nas sociedades antigas, tinha inúmeros recursos para interromper uma gravidez. E, até os primeiros anos de vida, uma criança depende totalmente de sua mãe; se faltarem seus cuidados a criança não vinga. Em síntese, todo ser humano deve a vida a uma mulher. Se todas as mulheres juntas decidissem não mais engravidar, a humanidade estaria fadada a desaparecer. Esse é o poder de Iyá Mi: mostrar que todas as mulheres juntas decidem sobre o destino dos homens. Mãe todo-poderosa, mãe do pássaro da noite. Grande mãe com quem não ousamos coabitar Grande mãe cujo corpo não ousa olhar. Mãe de belezas secretas que esvazia a taça Que fala grosso como homem, Grande, muito grande, no topo da árvore iroko, Mãe que sobe alto e olha para a terra Mãe que mata o marido, mas dele tem pena. Iyá Mi é a sacralização da figura materna, por isso seu culto é envolvido por tantos tabus. Seu grande poder se deve ao fato de guardar o segredo da criação. Tudo que é redondo remete ao ventre e, por conseqüência, as Iyá Mi. O poder das grandes mães é expresso entre os orixás por Òsún, Yemonjá e Nanã Buruku, mas o poder de Iyá Mi é manifesto em toda mulher, que, não por acaso, em quase todas as culturas, é considerada tabu. As denominações de Iyá Mi expressam suas características terríveis e mais perigosas e por essa razão seus nomes nunca devem ser pronunciados; mas quando se disser um de seus nomes, todos devem fazer reverencias especiais para aplacar a ira das grandes Mães e, principalmente, para afugentar a morte. As feiticeiras mais temidas entre os yorubás e nos candomblés do Brasil são as Àjé e, para referir-se à elas sem correr nenhum risco, diga apenas Eleyé, Dona do Pássaro. O aspecto mais aterrador das Iyá Mi e o seu principal nome, com o qual se tornou conhecida nos terreiros, é Osorongá, uma bruxa terrível que se transforma no pássaro de mesmo nome e rompe a escuridão da noite com seu grito assustador. As Yiá Mi são as senhoras da vida, mas o corolário fundamental da vida é a morte. Quando devidamente cultuadas, manifestam-se apenas em seu aspecto benfazejo, são o grande ventre que povoa o mundo. Não podem, porém, ser esquecidas; nesse caso lançam todo tipo de maldição e tornam-se senhoras da morte. O lado bom de Iyá Mi é expresso em divindades de grande fundamento, como Apàöká, a dona da jaqueira, a verdadeira mãe de Òsóssí Dizem que o deus caçador encontrou mel aos pés da jaqueira e em torno dessa árvore formou-se a cidade de Kêtu. Os assentamentos de Iyá Mi ficam juntos as grandes árvores como a jaqueira e geralmente são enterrados, mostrando a sua relação com os ancestrais, sendo também uma nítida representação do ventre. As Iyá Mi, juntamente com Èsú e os ancestrais. É evocado nos ritos de Ipadé, um complexo ritual que, entre outras coisas, ratifica a grande realidade do poder feminino na hierarquia do Candomblé, denotando que as grandes mães é que detém os segredos do culto, pois um dia, quando deixarem à vida, integrarão o corpo das Iyá Mi, que são, na verdade, as mulheres ancestrais. A grande mãe feiticeira..o grande segredo de todas as nações que envolvem Òrìsá,sabedoria encantamento. Aprendam sobre a grande mãe só assim comessaram a entender os grandes mistérios que envolvem o candonblé,a magia que encanta,o feitiço que apavora,a realidade de cada ser humano espelhados no mistério das yamins.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Video do Rum da saida de Yàwó Isabel ty Yemonjá (Yákekere)



Sexta Feira .... Hoje é dia de vestir Branco.


Dia: Sexta-feira
Cor: Branco leitoso.
Simbolo: Opáxoró
Elementos: Atmosfera e Céu
Domínios: Poder procriador masculino, Criação, Vida e Morte
Saudação: Epa Bàbá
OXALÁ é o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a protoforma e a formação de todo o tipo de criaturas no AIYE e no ORUN. Ao incorporar-se, assume duas formas: OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata (APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da limpeza, da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas.
Em África, todos os Orixás relacionados com a criação são designados pelo nome genérico de Orixá Fun Fun. O mais importante entre todos eles chama-se Orixalá (Òrìsanlà), ou seja, o grande Orixá, que nas terras de Igbó e Ifé é cultuado como Obatalá, rei do pano branco. Eram cerca de 154 Orixás Fun Fun, mas no Brasil e na Europa a quantidade reduz-se significativamente, sendo que dois, Orixá Olùfón, rei de Ifón (Oxalufã) e Orixá Ógìyán, o comedor de inhame e rei de Egigbó (Oxaguiã), se tornaram as suas expressões mais conhecidas.
A designação de Orixá Fun Fun deve-se ao facto de a cor branca se configurar como a cor da criação, guardando a essência de todas as demais. O branco representa todas as possibilidades, a base de qualquer criação. O nome Orisanlá foi contraído e deu origem à palavra Oxalá, e com esse nome o grande Deus-pai passou a ser conhecido no Brasil e na Europa. Todos os Orixás Fun Fun foram reunidos em Oxalá e divididos em várias qualidades das suas duas configurações principais: Òsálufón, Osagiyan, sendo este último, jovem e guerreiro, filho do primeiro mais velho e paciente.
Todas as histórias que relatam a criação do mundo passam necessariamente por Oxalá, que foi o primeiro Orixá concebido por Olodumaré e encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo.
A maior interdição de Oxalá é de facto o azeite-de-dendê, que jamais deve macular as suas roupas, os seus objectos sagrados e muito menos o seu Alá. A única coisa vermelha que Oxalá permite, é a pena de Ikodidè, prova de sua submissão ao poder genitor feminino.
O Alá representa a própria criação, está intimamente relacionado com a concepção de cada ser; é a síntese do poder criador masculino. A sua função primeira já remete ao seu significado profundo. A acção de cobrir não evoca somente protecção, zelo, denota a actividade masculina no acto sexual.
No Xirê, Oxalá é homenageado por último porque é o grande símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, o único Orixá que, como Exú, reside em todos os seres humanos. Todos são seus filhos, todos são irmãos, já que a humanidade vive sob o mesmo teto, o grande Alá que nos cobre e protege, o céu.
Características do filho de Oxalufã
O tipo físico de OXALUFÃ é frágil, delicado, friorento, sujeito-a resfriados. Compensa sua debilidade física com grande força moral, e seu alvo à realizar a condição humana no que tem de mais nobre. É fiel no amor e na amizade. Oxalufã é o poente.
Características do filho de Oxaguiã
O tipo OXAGUIÃ é um jovem guerreiro combativo. É habitualmente alto e robusto, mas não é agressivo nem brutal. Não despreza o sexo e cultiva o amor livre. É alegre, gosta profundamente da vida, é falador e brincalhão. Ao mesmo tempo é idealista, defendendo os injustiçados, os fracos e os oprimidos. Orgulhoso, sedento de feitos gloriosos, às vezes, uma espécie de D. Quixote. Os seus pensamentos originais geralmente antecipam os da sua época. Ele é o nascente.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Quinta Feira... Logun-Edé, Odé (Ossosse), Ossoyn


OSSOYN (OSSANHE)

O deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas , ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos cultos africanos.
Ossãe é a mágica das folhas, tornando mágica, também, sua convivência com os seres humanos.
Nos dias em que o homem agride a natureza, derrubando árvores, fazendo queimadas, numa atitude covarde e insensata, Ossãe se levanta como defensor, pois ele é a própria Ecologia. Ossãe é a folha,; a árvore; o vegetal; a mata; a floresta, a qual quanto mais densa, mas faz notar sua presença.
Ossãe, de um bilhão de formas, tamanhos, cheiros e essências. O segredo do poder de curar pela planta está com ele, é proporcionado por ele.
Nos rituais do Candomblé o banho de ervas – Abo – é vital, imprescindível. Tudo é passa no Abô. Desde louças, travessa de barro, moedas, pulseiras, búzios, quartinhas, facas, colheres de pau, gamelas, até o próprio home, que vai se banhar e se purificar pelas ervas. O Abô  é algo que não pode faltar nos rituais, que vai dar o encanto, vai possibilitar a presença da força cósmica do Orixá. Mesmo nos sacrifícios animais, canta-se para Ossãe – mesmo que o sacrifício não seja para ele – pois dele dependerá o encantamento daquele ato sagrado. É Ossãe que trará a calma, a paz, o encanto, para que o ritual transcorra bem.
Realmente, Ossãe é o encanto, a magia. E é por isso que quando se vai à mata buscar ervas leva-se fumo de rolo, mel e moedas, para  dar o Senhor das matas e facilitar a busca da erva desejada, pois Ossãe pode escondê-la de nôs, criar uma ilusão de ótica e não permitir que a vejamos, mesmo que esteja à nossa frente, debaixo de nosso olhos.
Ossãe está presente nos momentos importantes da vida. Na salvação de uma vida, através da medicina; nos consultórios. Afinal, Ossãe é o  alquimista, o  químico, o farmacêuticos, o Senhor das poções mágicas  e curativas. É o feiticeiro, o bruxo, o medico dos Orixás, conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.
É o pai da homeopatia; aquele que gera a capacidade de cura, pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais. E está presente, também, no cotidiano, pois estamos sempre muito próximos do mundo vegetal. É por isso que não devemos arrancar folhas sem motivos justos; derrubar árvores ou fazer queimada, pois estaremos violando a natureza, ofendendo seriamente esta poderosa força natura que denominamos Ossãe.
Sentimos ainda mais sua presença quando estamos num horto, em meio às ervas. Ossãe é a mágica da folha, a sombra que nos proporciona paz, tranqüilidade e harmonia.

Mitologia
Ossãe e filho de Nana, irmão de Obaluaê, Oxumarê e Ewá. Sempre foi muito circunspeto, introvertido, pensativo. Ainda jovem, partiu para floresta – que sempre  o atraiu – e lá estudo as plantas, as árvores e aprendeu o segredo das ervas, cuidando dos animais feridos e fazendo experiências.
Deteve, assim, o domínio do poder das ervas. E sempre que algum outro Orixá precisava de uma planta, de uma erva, devia, em primeiro lugar, pedir autorização a Ossãe, e o senhor do verde.
Xangô, Reio de Oyó, achando que todos deveriam ter o conhecimento das ervas, pediu à Iansã, Senhora dos ventos, que convencesse Ossãe a dividir com os demais Orixás os mistérios e os segredos do uso da planta. Ela, por sua vez partiu para a floresta, sacudiu sua saia e fez gerar uma forte ventania, espalhando as folhas por todo o reino de Oyó e outro como Ketu, Ifé, Oxogbô, Abeokutá, Numpé, etc.
Ossãe assitia a tudo de forma impassível. Via suas folhas indo em direção a todos os reinos, sem dizer uma palavra. No fundo, o alquimista sabia que estava dividindo as plantas, as espécies e nada podiam fazer diante de tão forte ventania.
Vitoriosa,  Iansã voltou ao reino de Xangô, certa do dever cumprido. Na floresta, Ossãe lamentava o vento que espalhara suas folhas mas, intimamente, sorria de forma irônica e comentou consigo mesmo:
- De que adianta as folhas, sem o segredo? De que adianta possuir a erva, sem o mistério? De que adianta possuir o ingrediente mágico, sem o poder de gera a magia?
Assim, Ossãe continou como o mestre das ervas. Embora os outros  Orixás também tenha suas folhas, ficou com Ossãe o segredo e a forma de encantá-la. De nada adiantou terem as folhas, se não sabiam usá-la ou aplicá-las. Para isso, continuaram a depender de Ossãe que, sabendo perdoar, continuou a curar, a dar receitas para gerar o encantamento, pois nada podia ser feito sem as ervas. Nenhum ritual daria certo sem o encanto  das folhas, como até hoje.
Por isso, o africano nos ensinou, através de um Oriké (verso sagrado) o que significo, exatamente, o poder de Ossãe:
“ Sem folha não há orixá, não há o Axé!”
 (Kosi ewe, kosi orisa, diz o ditado iorubano)

Dados
Dia: Quinta feira
Data: 5 de Agosto
Metal: Estanho
Cor: Verde e branco
Partes do corpo: o peito dos pés, parte da perna entre o tornozelo e o joelho.
Comida: fumo, mel, cachça (otin), milho vermelho, espigas regadas com mel.
Arquétipo: Pessoa  equilibradas e capazes de controlar seus sentimentos e emoções, não deixam suas simpatias e antipatias interferirem nas suas decisões ou influenciarem suas opiniões das pessoas ou acontecimentos, aquele que não tem uma concepção  estreita da moral e da justiça.
Símbolos: Ferros com sete pontas com um passaro, que é árvore com o ramos e uma ave pousada no topo



OSSÒSSÉ (ODÉ)


Oxossi é o Orixá da caça, chamando muitas de Ode Wawá, ou seja, “caçador dos Céus”. É a divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da mingua, da falta de provisão.
Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua caça. É um Orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas.
Como todos os outros Orixás, Oxossi também está no dia a dia dos seres vivos, convivendo intimamente com todos nos. Dentro do culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.
No dia a dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para todos Oxossi, no Brasil, tem essa regência, no lugar de Orixá Okô. Senhor da agricultura, todavia Orixá Okô não é cultuado em terra brasileiras, pois seu fundamento não atravessou o oceano.
Oxossi é a semente, é o vegetal em ponto de colheita. É a fartura, a riqueza, é a carne que o homem consome.
Oxossi também esta ligado às artes. Todo tipo de arte. Ele está presente no ato da pintura de um quarto, na confecção de uma escultura, na composição de uma música, nos passos de uma dança. Seus encantamento está na arte de um modo geral. Se encanta nas misturas de cores, na escrita de um poema, de um romance, de uma crônica. Oxossi está presente desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem. É pura arte!
Oxossi também rege o revoar dos pássaros e seu encantamento mais bonito está na evoluções das pequenas aves.
Oxossi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo.
Curiosamente, Oxossi também é a  comodidade, a vontade de vislumbrar, de contemplar. Oxossi é um pouco preguiça, a vontade nada fazer, senão pensa e, quem sabe criar.
A vida com essa força da Natureza, entretanto, não é só suavidade. Em seu lado negativo, Oxossi  pode proporcionar a falta de alimentos; o plantio escasso; o apodrecimento de frutas;legumes e verduras; e até mesmo a arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto.


Mitologia
Filho de Iemanjá e irmão de Ogun e Exu, Oxossi sempre foi muito querido pela família, pelo seu temperamento calmo, compreensivo, amigo e respeitador. Entretanto, era franzino, parado.
Seu irmão mais velho , Ogun, preocupado com a inércia de Oxossi, resolveu ensinar-lhe a arte da caça e os caminhos e trilhas da floresta. E asssim foi. Ogun ensinou Oxossi o que havia de melhor na arte de uma caçada e os segredos da mata. Levou-o até o alquimista Ossãe, que morava no interior da floresta, para que ele aprendesse a magia e conhecesse os animais  de caça e aqueles que não se pode caçar.
O nome de Oxossi era Ibô, o caçador.
Um dia, Oxalá precisou de penas de um papagaio da Costa, para realizar o encantamento de Oxum, ms, praticamente, não se achava o animal. Oxalá então designou Ogun para encontrar as penas. Em vão o valoroso guerreiro e também caçador foi incapaz de achar o que Oxalá lhe pedira. Mas sugeriu:
- Oxalá, estou tão envolvido nas conquistas que já não caço como antes. Porém, sugiro o nome de Ibô, meu irmão, que certamente é o melhor de todos os caçadores, e conseguirá as penas do papagaio da Costa como pretende.
E Ibô foi chamado. Perante ao deus da brancura, Oxalá, Ibô se prostou e ouviu, atentamente, as ordens:
-Ibô! Disse-lhe Oxalá, vá e consiga as penas do papagaio da Costa. Você tem exatamente sete dias para voltar...
E Ibô partiu para a flores, e durante dias procurou por sua caça. Quando lhe restava apenas um dia para esgotar o prazo dado por Oxalá, Ibô avistou os papagaios.
Com um flecha apenas – mirando com cuidado – atingiu, não apenas um, mas dois papagaios de uma só vez. Orgulhoso e como o sentimento da tarefa cumprida, Ibô partiu para o reino de Oxalá.
Mas seu retorno não foi tão fácil. No meio do caminho, Ibô deparou-se com um grupo de feras, que o atacou de surpresa, deixando-o muito ferido. Só não morreu porque suas habilidades de grande caçador o salvaram.
Bastante ferido, Ibô já não andava, arrastava-se. Na boca da floresta, Ibô avistou os portões de Ifé, reino de Oxalá, e via que eles. Lentamente, se fechavam à medida em que o dia acabava e a noite chegava. Num esforço enorme, Ibô reuniu todas as forças e chegou até os portões. Esticou o braço, segurando firmemente as penas de papagaio da Costa e somente estas conseguiram transpassar os limites de Ifê. Os portões se fecharam. Ibô, caído do lado de fora de cidade, continuava segurando as penas de papagaio, presas no portão da grande morada de Oxalá. Ele cumprira o prazo.
Momentos mais tardes, ajudando pelo irmão Ogun, Ibô foi levado até a presença de Oxalá. Acreditando não ter conseguido, Ibô desculpou-se com o rei:
- Perdoe-me, Senhor! Não consegui chegar à sua presença com sua encomenda”]
- Ao contrário, jovem caçador! – retrucou Oxalá – Seus esforço e seu coragem são admiráveis. As penas do papagaio da Costa chegaram a Ifé no prazo recomendado, e eu lhe parabenizo por isso. E como é tão bom caçador e de um bravura tão grande, passará a charmar-se Oxossi, o Senhor da Caça.
Assim sendo, Oxalá ergueu sua mão e dela um facho de luz atingiu Ibô, curando-o de todos os ferimentos e dando a ele trajes azuis turqueza, cor do encantamento do novo Orixá, Oxossi.
O elemento de Oxossi é a terra, e a liberdade de expressão seu ponto mais marcante. Por isso, nosso sentimento de liberdade e alegria estão profundamente ligados a Ode.... O senhor da arte de viver!


Dados
Dia: quinta feira
Data: Corpus Christi (BA), 23 de abril (SP), 20 de janeiro (RJ)
Metal: madeira (África) e bronze (Brasil)
Cor: Azul Celeste claro
Partes do corpo: antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão.
Comida: Ewa (feijão fradinho torrado), dentro de um oberó, Axoxó (milho vermelho com fatias de coco) e frutas variadas.
Arquétipos: altruísta, abnegados, sinceros, simpáticos, tensos, austeros e que possuem sendo de coletividade.
Símbolos: O ofá (arco e flecha), ogê (um tipo de chifre de boi que é usado para emitir um som chamado Olugboohun, cuja tradução é: “Senhor escuta minha voz” e o Iru Kere (cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos da floresta)




LOGUN - EDÈ

É o resultado do encanto, ou do encantamento, de Oxossi Ibualama e Oxum Ieopondá. Divindade dos rios, Senhor da Pesca, que vive seis meses com o pai, Oxossi, na caça e seis meses, com a mãe Oxum, na água doce.Erradamente considerado como um Orixá “meta-meta”, ou seja, de dois sexos, Logun-Edé é um Orixá masculino, embora divida o tempo com os pais.
Logun-Edé  é a beleza em pessoa. O encanto dos jovens, o namorado, o flerte. Logun rege a ingenuidade do jovem, a adolescência, a beleza adolescente. Seu  encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, na primeira oportunidade das “mãos-dadas”, no primeiro carinho.
Está presente no brilho do olhar, no perfume das flores, numa paisagem singela. É também o deus da arte, o principio daquilo que é belo e terno. É o príncipe das águas doces, da caça, da alegria e do jovialidade.
Encontramos  Logun-Edé num grupo de jovens, na musica que os aproxima, no conhecimento e no encontro, na alegria de viver livremente. Porém, encontramos Logun-Edé também nas intrigas, nos segredos maldosos, pois ele é capcioso, matreiro, inventivo, meio moleque.
Mas, Logun-Edé rege fundamentalmente o carinho, o gesto meigo, o afago, pois trata-se  de um Orixá extremamente dengoso, dependente, ciumento, singelo e manhoso.
É o deus da juventude, dos estudos. Sua presença é marcante nos colégios, escolas, faculdades, enfim, em todas as instituições de ensino, onde se concentram os jovens.
Logun-Edé é o encanto, o sorriso, o piscar de olhos, a vida jovem e ativa.
Também está encantado no mato baixo, nas matas pouco densas e, principalmente, nos rios, sua morada predileta.
Está ligado – como o pai, Oxossi – às artes de pintar, esculpir, escrever, dançar, cantar e a todas as atividades. Está ligado ao banho, pois também é filho de Oxum, deusa das águas doces.
Resumindo, Logun-Edé rege o romance, o namoro, as amizades, sendo ele o responsável pelos gestos amigos e sinceros entre as pessoas. Está encantado, também, nos pequenos animais, como o coelho, o porquinho da índia e os pequeninos pássaros.

Mitologia
 Como já disse, Logun-Edé é o filho de Ibualama e Ieponda. Tem ele três irmãos: Ode Ifá, ligado ao ar, afilhado de Oxalá; Ode Issambô, ligado às plantas, afiilhado de Ossãe; e Ode Ilê, afilhado de Exu.
Logun-Edé sempre foi considerado como príncipe, filho de reis. Menino arisco, teimoso, levado, brincava sempre além dos limites da regência de sua mãe Oxum, que  era a cachoeira. Porém, era admirado por todos, e muito querido também.
Certo dia, o príncipe Logun-Edé, contrariando as ordens do pai e da mãe para que não brincasse perto do rio por ser perigoso, resolveu arriscar, atravessando de uma margem à outra, montando num tronco de árvore.
Subitamente, o tronco virou e Logun-Edé foi para no fundo do rio. Mesmo sendo bom nadador, Logun não conseguia chegar à tona.
Aflitos, e pressentindo algo de errado, Oxossi e Oxum, seus pais, resolveram ir atrás dele e chegaram até o rio. O coração de mãe não se enganou. Oxum sabia que filho estava no fundo do rio e apelou para a força de Olorun, a fim de recuperar seu primogênito.
- Pai,- disse ela – não deixe que meu filho se afogue. Eu sou a Rainha das águas doces, e não poderia perder meu filho justamente no fundo de um rio. Salve-o Pai, salve-o!
E Oxossi também apelou ao pai Olorun:
- Não deixe que meu filho morra, Olorun, não permita!
E Olorun, atendendo aos pedidos do deus da caça e da deusa das cachoeiras, ergueu Logun-Edé do fundo do rio e advertiu:
-Ai está seu filho que, por sua teimosia, quase perde a vida. De agora em diante fica Logun-Edé, filho de Ibualama e filho de Ieponda, com a obrigação de zelar pelos rios e prover a pesca.
E, assim, Logun-Edé passou a reinar nos rios, a cuidar deles e ajudar aos pescadores.
O elemento de Logun-Edé está ligado aos pais: terra e água, dando a ele os poderes do pai e os da mãe.

Dados
Dia: quinta feira;
Data: 19 de abril;
Metal: Ouro;
Cor: azul celeste e amarelo;
Partes do corpo: as mesmas correspondentes a Oxossi e Oxum;
Comida: axoxo (feita com milho amarelo e coco) e omoolucun (feita com feijão fradinho e ovos);
Arquétipo: altruístas, abnegado, sinceros, simpáticos, tensos, austeros, possuem senso de coletividade, calmos, desprendidos, inconstantes, vaidoso e sonhadores.
Símbolos: abebê e ofá