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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Quinta Feira... Logun-Edé, Odé (Ossosse), Ossoyn


OSSOYN (OSSANHE)

O deus das ervas, dono das matas, orixá da medicina, da cura, da convalescença. Mestre do poder curativo das ervas, que proporciona o Axé das plantas , ou seja, a força vital, imprescindível à realização de qualquer ritual nos cultos africanos.
Ossãe é a mágica das folhas, tornando mágica, também, sua convivência com os seres humanos.
Nos dias em que o homem agride a natureza, derrubando árvores, fazendo queimadas, numa atitude covarde e insensata, Ossãe se levanta como defensor, pois ele é a própria Ecologia. Ossãe é a folha,; a árvore; o vegetal; a mata; a floresta, a qual quanto mais densa, mas faz notar sua presença.
Ossãe, de um bilhão de formas, tamanhos, cheiros e essências. O segredo do poder de curar pela planta está com ele, é proporcionado por ele.
Nos rituais do Candomblé o banho de ervas – Abo – é vital, imprescindível. Tudo é passa no Abô. Desde louças, travessa de barro, moedas, pulseiras, búzios, quartinhas, facas, colheres de pau, gamelas, até o próprio home, que vai se banhar e se purificar pelas ervas. O Abô  é algo que não pode faltar nos rituais, que vai dar o encanto, vai possibilitar a presença da força cósmica do Orixá. Mesmo nos sacrifícios animais, canta-se para Ossãe – mesmo que o sacrifício não seja para ele – pois dele dependerá o encantamento daquele ato sagrado. É Ossãe que trará a calma, a paz, o encanto, para que o ritual transcorra bem.
Realmente, Ossãe é o encanto, a magia. E é por isso que quando se vai à mata buscar ervas leva-se fumo de rolo, mel e moedas, para  dar o Senhor das matas e facilitar a busca da erva desejada, pois Ossãe pode escondê-la de nôs, criar uma ilusão de ótica e não permitir que a vejamos, mesmo que esteja à nossa frente, debaixo de nosso olhos.
Ossãe está presente nos momentos importantes da vida. Na salvação de uma vida, através da medicina; nos consultórios. Afinal, Ossãe é o  alquimista, o  químico, o farmacêuticos, o Senhor das poções mágicas  e curativas. É o feiticeiro, o bruxo, o medico dos Orixás, conhecedor profundo do segredo de todas as ervas.
É o pai da homeopatia; aquele que gera a capacidade de cura, pela ingestão ou aplicação de plantas medicinais. E está presente, também, no cotidiano, pois estamos sempre muito próximos do mundo vegetal. É por isso que não devemos arrancar folhas sem motivos justos; derrubar árvores ou fazer queimada, pois estaremos violando a natureza, ofendendo seriamente esta poderosa força natura que denominamos Ossãe.
Sentimos ainda mais sua presença quando estamos num horto, em meio às ervas. Ossãe é a mágica da folha, a sombra que nos proporciona paz, tranqüilidade e harmonia.

Mitologia
Ossãe e filho de Nana, irmão de Obaluaê, Oxumarê e Ewá. Sempre foi muito circunspeto, introvertido, pensativo. Ainda jovem, partiu para floresta – que sempre  o atraiu – e lá estudo as plantas, as árvores e aprendeu o segredo das ervas, cuidando dos animais feridos e fazendo experiências.
Deteve, assim, o domínio do poder das ervas. E sempre que algum outro Orixá precisava de uma planta, de uma erva, devia, em primeiro lugar, pedir autorização a Ossãe, e o senhor do verde.
Xangô, Reio de Oyó, achando que todos deveriam ter o conhecimento das ervas, pediu à Iansã, Senhora dos ventos, que convencesse Ossãe a dividir com os demais Orixás os mistérios e os segredos do uso da planta. Ela, por sua vez partiu para a floresta, sacudiu sua saia e fez gerar uma forte ventania, espalhando as folhas por todo o reino de Oyó e outro como Ketu, Ifé, Oxogbô, Abeokutá, Numpé, etc.
Ossãe assitia a tudo de forma impassível. Via suas folhas indo em direção a todos os reinos, sem dizer uma palavra. No fundo, o alquimista sabia que estava dividindo as plantas, as espécies e nada podiam fazer diante de tão forte ventania.
Vitoriosa,  Iansã voltou ao reino de Xangô, certa do dever cumprido. Na floresta, Ossãe lamentava o vento que espalhara suas folhas mas, intimamente, sorria de forma irônica e comentou consigo mesmo:
- De que adianta as folhas, sem o segredo? De que adianta possuir a erva, sem o mistério? De que adianta possuir o ingrediente mágico, sem o poder de gera a magia?
Assim, Ossãe continou como o mestre das ervas. Embora os outros  Orixás também tenha suas folhas, ficou com Ossãe o segredo e a forma de encantá-la. De nada adiantou terem as folhas, se não sabiam usá-la ou aplicá-las. Para isso, continuaram a depender de Ossãe que, sabendo perdoar, continuou a curar, a dar receitas para gerar o encantamento, pois nada podia ser feito sem as ervas. Nenhum ritual daria certo sem o encanto  das folhas, como até hoje.
Por isso, o africano nos ensinou, através de um Oriké (verso sagrado) o que significo, exatamente, o poder de Ossãe:
“ Sem folha não há orixá, não há o Axé!”
 (Kosi ewe, kosi orisa, diz o ditado iorubano)

Dados
Dia: Quinta feira
Data: 5 de Agosto
Metal: Estanho
Cor: Verde e branco
Partes do corpo: o peito dos pés, parte da perna entre o tornozelo e o joelho.
Comida: fumo, mel, cachça (otin), milho vermelho, espigas regadas com mel.
Arquétipo: Pessoa  equilibradas e capazes de controlar seus sentimentos e emoções, não deixam suas simpatias e antipatias interferirem nas suas decisões ou influenciarem suas opiniões das pessoas ou acontecimentos, aquele que não tem uma concepção  estreita da moral e da justiça.
Símbolos: Ferros com sete pontas com um passaro, que é árvore com o ramos e uma ave pousada no topo



OSSÒSSÉ (ODÉ)


Oxossi é o Orixá da caça, chamando muitas de Ode Wawá, ou seja, “caçador dos Céus”. É a divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da mingua, da falta de provisão.
Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua caça. É um Orixá de contemplação, amante das artes e das coisas belas.
Como todos os outros Orixás, Oxossi também está no dia a dia dos seres vivos, convivendo intimamente com todos nos. Dentro do culto, ele é o caçador do Axé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.
No dia a dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para todos Oxossi, no Brasil, tem essa regência, no lugar de Orixá Okô. Senhor da agricultura, todavia Orixá Okô não é cultuado em terra brasileiras, pois seu fundamento não atravessou o oceano.
Oxossi é a semente, é o vegetal em ponto de colheita. É a fartura, a riqueza, é a carne que o homem consome.
Oxossi também esta ligado às artes. Todo tipo de arte. Ele está presente no ato da pintura de um quarto, na confecção de uma escultura, na composição de uma música, nos passos de uma dança. Seus encantamento está na arte de um modo geral. Se encanta nas misturas de cores, na escrita de um poema, de um romance, de uma crônica. Oxossi está presente desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem. É pura arte!
Oxossi também rege o revoar dos pássaros e seu encantamento mais bonito está na evoluções das pequenas aves.
Oxossi é a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo.
Curiosamente, Oxossi também é a  comodidade, a vontade de vislumbrar, de contemplar. Oxossi é um pouco preguiça, a vontade nada fazer, senão pensa e, quem sabe criar.
A vida com essa força da Natureza, entretanto, não é só suavidade. Em seu lado negativo, Oxossi  pode proporcionar a falta de alimentos; o plantio escasso; o apodrecimento de frutas;legumes e verduras; e até mesmo a arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto.


Mitologia
Filho de Iemanjá e irmão de Ogun e Exu, Oxossi sempre foi muito querido pela família, pelo seu temperamento calmo, compreensivo, amigo e respeitador. Entretanto, era franzino, parado.
Seu irmão mais velho , Ogun, preocupado com a inércia de Oxossi, resolveu ensinar-lhe a arte da caça e os caminhos e trilhas da floresta. E asssim foi. Ogun ensinou Oxossi o que havia de melhor na arte de uma caçada e os segredos da mata. Levou-o até o alquimista Ossãe, que morava no interior da floresta, para que ele aprendesse a magia e conhecesse os animais  de caça e aqueles que não se pode caçar.
O nome de Oxossi era Ibô, o caçador.
Um dia, Oxalá precisou de penas de um papagaio da Costa, para realizar o encantamento de Oxum, ms, praticamente, não se achava o animal. Oxalá então designou Ogun para encontrar as penas. Em vão o valoroso guerreiro e também caçador foi incapaz de achar o que Oxalá lhe pedira. Mas sugeriu:
- Oxalá, estou tão envolvido nas conquistas que já não caço como antes. Porém, sugiro o nome de Ibô, meu irmão, que certamente é o melhor de todos os caçadores, e conseguirá as penas do papagaio da Costa como pretende.
E Ibô foi chamado. Perante ao deus da brancura, Oxalá, Ibô se prostou e ouviu, atentamente, as ordens:
-Ibô! Disse-lhe Oxalá, vá e consiga as penas do papagaio da Costa. Você tem exatamente sete dias para voltar...
E Ibô partiu para a flores, e durante dias procurou por sua caça. Quando lhe restava apenas um dia para esgotar o prazo dado por Oxalá, Ibô avistou os papagaios.
Com um flecha apenas – mirando com cuidado – atingiu, não apenas um, mas dois papagaios de uma só vez. Orgulhoso e como o sentimento da tarefa cumprida, Ibô partiu para o reino de Oxalá.
Mas seu retorno não foi tão fácil. No meio do caminho, Ibô deparou-se com um grupo de feras, que o atacou de surpresa, deixando-o muito ferido. Só não morreu porque suas habilidades de grande caçador o salvaram.
Bastante ferido, Ibô já não andava, arrastava-se. Na boca da floresta, Ibô avistou os portões de Ifé, reino de Oxalá, e via que eles. Lentamente, se fechavam à medida em que o dia acabava e a noite chegava. Num esforço enorme, Ibô reuniu todas as forças e chegou até os portões. Esticou o braço, segurando firmemente as penas de papagaio da Costa e somente estas conseguiram transpassar os limites de Ifê. Os portões se fecharam. Ibô, caído do lado de fora de cidade, continuava segurando as penas de papagaio, presas no portão da grande morada de Oxalá. Ele cumprira o prazo.
Momentos mais tardes, ajudando pelo irmão Ogun, Ibô foi levado até a presença de Oxalá. Acreditando não ter conseguido, Ibô desculpou-se com o rei:
- Perdoe-me, Senhor! Não consegui chegar à sua presença com sua encomenda”]
- Ao contrário, jovem caçador! – retrucou Oxalá – Seus esforço e seu coragem são admiráveis. As penas do papagaio da Costa chegaram a Ifé no prazo recomendado, e eu lhe parabenizo por isso. E como é tão bom caçador e de um bravura tão grande, passará a charmar-se Oxossi, o Senhor da Caça.
Assim sendo, Oxalá ergueu sua mão e dela um facho de luz atingiu Ibô, curando-o de todos os ferimentos e dando a ele trajes azuis turqueza, cor do encantamento do novo Orixá, Oxossi.
O elemento de Oxossi é a terra, e a liberdade de expressão seu ponto mais marcante. Por isso, nosso sentimento de liberdade e alegria estão profundamente ligados a Ode.... O senhor da arte de viver!


Dados
Dia: quinta feira
Data: Corpus Christi (BA), 23 de abril (SP), 20 de janeiro (RJ)
Metal: madeira (África) e bronze (Brasil)
Cor: Azul Celeste claro
Partes do corpo: antebraço, braço, cabelo do corpo e pulmão.
Comida: Ewa (feijão fradinho torrado), dentro de um oberó, Axoxó (milho vermelho com fatias de coco) e frutas variadas.
Arquétipos: altruísta, abnegados, sinceros, simpáticos, tensos, austeros e que possuem sendo de coletividade.
Símbolos: O ofá (arco e flecha), ogê (um tipo de chifre de boi que é usado para emitir um som chamado Olugboohun, cuja tradução é: “Senhor escuta minha voz” e o Iru Kere (cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos da floresta)




LOGUN - EDÈ

É o resultado do encanto, ou do encantamento, de Oxossi Ibualama e Oxum Ieopondá. Divindade dos rios, Senhor da Pesca, que vive seis meses com o pai, Oxossi, na caça e seis meses, com a mãe Oxum, na água doce.Erradamente considerado como um Orixá “meta-meta”, ou seja, de dois sexos, Logun-Edé é um Orixá masculino, embora divida o tempo com os pais.
Logun-Edé  é a beleza em pessoa. O encanto dos jovens, o namorado, o flerte. Logun rege a ingenuidade do jovem, a adolescência, a beleza adolescente. Seu  encanto está no primeiro beijo, no primeiro abraço, na primeira oportunidade das “mãos-dadas”, no primeiro carinho.
Está presente no brilho do olhar, no perfume das flores, numa paisagem singela. É também o deus da arte, o principio daquilo que é belo e terno. É o príncipe das águas doces, da caça, da alegria e do jovialidade.
Encontramos  Logun-Edé num grupo de jovens, na musica que os aproxima, no conhecimento e no encontro, na alegria de viver livremente. Porém, encontramos Logun-Edé também nas intrigas, nos segredos maldosos, pois ele é capcioso, matreiro, inventivo, meio moleque.
Mas, Logun-Edé rege fundamentalmente o carinho, o gesto meigo, o afago, pois trata-se  de um Orixá extremamente dengoso, dependente, ciumento, singelo e manhoso.
É o deus da juventude, dos estudos. Sua presença é marcante nos colégios, escolas, faculdades, enfim, em todas as instituições de ensino, onde se concentram os jovens.
Logun-Edé é o encanto, o sorriso, o piscar de olhos, a vida jovem e ativa.
Também está encantado no mato baixo, nas matas pouco densas e, principalmente, nos rios, sua morada predileta.
Está ligado – como o pai, Oxossi – às artes de pintar, esculpir, escrever, dançar, cantar e a todas as atividades. Está ligado ao banho, pois também é filho de Oxum, deusa das águas doces.
Resumindo, Logun-Edé rege o romance, o namoro, as amizades, sendo ele o responsável pelos gestos amigos e sinceros entre as pessoas. Está encantado, também, nos pequenos animais, como o coelho, o porquinho da índia e os pequeninos pássaros.

Mitologia
 Como já disse, Logun-Edé é o filho de Ibualama e Ieponda. Tem ele três irmãos: Ode Ifá, ligado ao ar, afilhado de Oxalá; Ode Issambô, ligado às plantas, afiilhado de Ossãe; e Ode Ilê, afilhado de Exu.
Logun-Edé sempre foi considerado como príncipe, filho de reis. Menino arisco, teimoso, levado, brincava sempre além dos limites da regência de sua mãe Oxum, que  era a cachoeira. Porém, era admirado por todos, e muito querido também.
Certo dia, o príncipe Logun-Edé, contrariando as ordens do pai e da mãe para que não brincasse perto do rio por ser perigoso, resolveu arriscar, atravessando de uma margem à outra, montando num tronco de árvore.
Subitamente, o tronco virou e Logun-Edé foi para no fundo do rio. Mesmo sendo bom nadador, Logun não conseguia chegar à tona.
Aflitos, e pressentindo algo de errado, Oxossi e Oxum, seus pais, resolveram ir atrás dele e chegaram até o rio. O coração de mãe não se enganou. Oxum sabia que filho estava no fundo do rio e apelou para a força de Olorun, a fim de recuperar seu primogênito.
- Pai,- disse ela – não deixe que meu filho se afogue. Eu sou a Rainha das águas doces, e não poderia perder meu filho justamente no fundo de um rio. Salve-o Pai, salve-o!
E Oxossi também apelou ao pai Olorun:
- Não deixe que meu filho morra, Olorun, não permita!
E Olorun, atendendo aos pedidos do deus da caça e da deusa das cachoeiras, ergueu Logun-Edé do fundo do rio e advertiu:
-Ai está seu filho que, por sua teimosia, quase perde a vida. De agora em diante fica Logun-Edé, filho de Ibualama e filho de Ieponda, com a obrigação de zelar pelos rios e prover a pesca.
E, assim, Logun-Edé passou a reinar nos rios, a cuidar deles e ajudar aos pescadores.
O elemento de Logun-Edé está ligado aos pais: terra e água, dando a ele os poderes do pai e os da mãe.

Dados
Dia: quinta feira;
Data: 19 de abril;
Metal: Ouro;
Cor: azul celeste e amarelo;
Partes do corpo: as mesmas correspondentes a Oxossi e Oxum;
Comida: axoxo (feita com milho amarelo e coco) e omoolucun (feita com feijão fradinho e ovos);
Arquétipo: altruístas, abnegado, sinceros, simpáticos, tensos, austeros, possuem senso de coletividade, calmos, desprendidos, inconstantes, vaidoso e sonhadores.
Símbolos: abebê e ofá


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