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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Bori


Da fusão da palavra Bó, que em Ioruba significa oferenda, com Ori, que quer dizer cabeça, surge o termo Bori, que literalmente traduzido significa “ Oferenda à Cabeça”. Do ponto de vista da interpretação do ritual, pode-se afirmar que o Bori é uma iniciação à religião, na realidade, a grande iniciação, sem a qual nenhum noviço pode passar pelos rituais de raspagem, ou seja, pela iniciação ao sacerdócio. Sendo assim, quem deu Bori é (Iésè órìsà).
Cada pessoa, antes de nascer escolhe o seu Ori, o seu princípio individual, a sua cabeça. Ele revela que cada ser humano é único, tendo escolhido as suas próprias potencialidades. Odú é o caminho pelo qual se chega à plena realização de Orí, portanto não se pode cobiçar as conquistas dos outros. Cada um, como ensina Orunmilá – Ifá, deve ser grande no seu próprio caminho, pois, embora se escolha o Orí antes de nascer na Terra, os caminhos vão sendo traçados ao longo da vida.
Exú, por exemplo, mostra-nos a encruzilhada, ou seja, revela que temos vários caminhos a escolher. Ponderar e escolher a trajectória mais adequada é a tarefa que cabe a cada Orí, por isso, o equilíbrio e a clareza são fundamentais na hora da decisão e é por intermédio do Bori que tudo é adquirido.
Os mais antigos souberam que Ajalá é o Orixá funfun responsável pela criação de Orí. Desta forma, ensinaram-nos que Oxalá deve ser sempre evocado na cerimónia de Bori. Iemanjá é a mãe da individualidade, e por essa razão está directamente relacionada com Orí, sendo imprescindível a sua participação no ritual.
A própria cabeça é a síntese dos caminhos entrecruzados. A individualidade e a iniciação (que são únicas e acabam, muitas vezes, configurando-se como sinónimos) começam no Orí, que ao mesmo tempo aponta para as quatro direcções.
OJUORI – A TESTA
ICOCO ORI – A NUCA
OPA OTUM – O LADO DIREITO
OPA OSSI – O LADO ESQUERDO
Desta mesma forma, a Terra também é dividida em quatro pontos: norte, sul, este e oeste; o centro é a referencia, logo, todas as pessoas se devem colocar como o centro do mundo, tendo à sua volta os quatro pontos cardeais: os caminhos a escolher e a seguir. A cabeça é uma síntese do mundo, com todas as possibilidades e contradições.
Em África, Orí é considerado um Deus, aliás, o primeiro que deve ser cultuado, mas é também, juntamente com o sopro da vida (emi) e o organismo (ese), um conceito fundamental para compreender os rituais relacionados com a vida, como o Axexê (asesé). Nota-se a importância destes elementos, sobretudo o Orí, pelos Orikis com que são invocados.
O Bori prepara a cabeça para que o Orixá se possa manifestar plenamente. Entre as oferendas que são feitas ao Orí algumas merecem menção especial.
É o caso da galinha de Angola, chamada Etun ou Konkém no Candomblé; ela é o maior símbolo de individualização e representa a própria iniciação. A Etun é adoxu (adosú), ou seja, é feita nos mistérios do Orixá. Ela já nasce com Exú, por isso se relaciona com o começo e com o fim, com a vida e a morte, por isso está no Bori e no Axexê.
O peixe representa as potencialidades, pois a imensidão do oceano é a sua casa e a liberdade o seu próprio caminho. As comidas brancas, principalmente os grãos, evocam fertilidade e fartura. Flores, que aguardam a germinação, e frutas, os produtos da flor germinada, simbolizam a fartura e a riqueza.
O pombo branco é o maior símbolo do poder criador, portanto não pode faltar. A noz cola, isto é, o obi é sempre o primeiro alimento oferecido a Ori; é a boa semente que se planta e se espera que dê bons frutos.
Todos os elementos que constituem a oferenda à cabeça exprimem desejos comuns a todas as pessoas: paz, tranquilidade, saúde, prosperidade, riqueza, boa sorte, amor, longevidade, mas cabe ao Orí de cada um eleger as prioridades e, uma vez cultuado como deve ser, proporciona-as aos seus filhos.
Nunca se esqueça: Orixá começa com Orí.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Odús


Os 16 Odús Arquétipos
1 – Okanran
Exú ” Onde há o bem, haverá o mal e o mundo começa na unidade.”

Pessoas com esse Odú são contraditórias; o sim pode ser o não, São sensuais, amantes apreciados e com grande atração sexual, adoram os prazeres da vida, são desordeiros e amorais.

Fazem de tudo, dependendo de seus interesses. Sâo mentirosos, manhosos, astuenciosos, mas pagadores. Entretanto são amigos e seus amigos. São alegres, serviçais, prestativos e amáveis quando convém.

Gostam de resolver problemas quando sabe que seram bem recompensados, embora pareçam desligados e despreocupados, estão semre atentos fiscalizando tudo e se intrometendo onde não devem. são provocadores e leva-e-traz.

Têm um potencial enorme para a Magia, são explosivos e muito raramente agem com razão. Têm muita sorte nos negócios, mas são insconstantes.

Se for mulher precisará ter cuidado com o útero.

2 – Ejiokô:
Ebeji

Pessoa com esse Odú adoram comer, são barulhentas e gostam do luxo e da riqueza. São extremamente trabalhadoras, brincalhonas, agressivas, mentirosas, consumistas ao extremo, teimosas e inconsequentes.

Muitas vezes, envolvem-se com a justiça por causa de roubo e, embora sejam de grande sensibilidade, agem sempre pro interesse. Riem e choram ao mesmo tempo, gostam de brigar e apreciam festas, musicas e danças.

Possuem uma intuição muito forte, parecem sempre jovens, são sinceras e nisso podem beirar a grosseria e não sabem conviver com a derrota. No amor são ciumentas e devem controlar a suas obstinação.

Quanto saúde sofrem sempre, quando se trata de vesícula e fígado, que são seus pontos vulneráveis.

3 – Etagundá
Ogum “É aquele que se lava com sangue”

Pessoa com esse Odú são dinâmicas, audaciosas, entrépidas, honestas, violentas e brigonas. Adoram comer e beber e são trabalhadoras eficientes.

Agem sem pensar porquê usam sempre o instinto. Emotivas, dificilmente perdoam ofensas, mas da mesma forma como se irritam, logo se arrependem. Podem ser mal-humoradas, desagradáveis, antipáticas, fingidas, mentirosas e intransigentes. Com esse caráter difícil e intratável, tendem a ser solitárias permanecendo solteiras ou sendo más companheiras.

Pessoas com esse Odú em geral são recompensadas pelos seus esforços, mas sempre sofrem por amor e com traições dos amigos. Por serem emocionalmente insconstantes, estão propensas a problemas espirituais e físicos, emboram na maioria das vezes consigam se recuperar com facilidade de qualquer doença.

Devem ter cuidados com os rins, pernas e braços.

4 – Irossum Meji
Yemanjá “Somente o mar conhece seus segredos”

Pessoas com esse Odú são protetoras, sérias, altivas, honestas e dedicadas à familia.

São fiéis, preocupando-se sempre com os outros. Embora aparentemente tranqüilas, doces e pacientes, são rigorosas, energéticas. Seus sentimentos são sempre exessivos: Ciumentos e pocessivos, são imprevisíveis, principalmente quando estão irritadas. Ás vezes, poem à prova suas amizades e não costumam perdoar nem esquecer nunca as falhas dos outros.

Não guardam segredos, são pessoas orgulhosas, vaidosas, sensuais e fascinantes, gostam do azul, de jóias caras e da vida suntuosa, mesmo quando não vivem assim.

São muitos intuitívas e místicas, possuindo grande habilidade manual e podem ter sucesso com vendas. Entretanto sofrem com traições amorosas e precisam sempre cuidar do estômago.

5- Oxê Meji
Oxum “O Sangue corre pelas veias”

Esse Odú faz com que as pessoas sejam infantis, crédulas e, aparentemente, ingênuas. São emotivas, instáveis, sedutoras, inconstantes e infiéis. Choram e riem com a mesma facilidade. São doces como mel, quando desejam conquistar ou possuir algo, mas podem ser falsas e mentirosas quando lhe interessam.

São caprichosos, vaidosos e interesseiros. Gostam do luxo, de conforto e riqueza, adoram perfumes, jóias e roupas caras. Preguiçosos, moles e indecisos, mostram falta de interesse e de cuidado. Parecem relaxados, mas esta é a sua maneira de seduzir.

Têm mão de magia, força e proteção espiritual. Possuem uma religiosidade muito forte e são fascinados por tudo que é mistico. Quando estão com raiva, vingam-se sem piedade e por isso precisam aprender a controlar sua vaidade e egocentrismo.

Precisam sempre ter cuidado com o estômago, aparelho digestivo e o sistema hormonal.

6- Obará
Oxossi “Um Rei não diz mentiras. Da lenda surge a verdade!”

Pessoas com esse Odú são discretos, curiosos e introvertidos, têm muita ligação com Saturno. Possuem iniciativa, estão sempre em busca de novas descobertas e de novas atividades. São espertos, rápidos, desconfiados e estão sempre estão sempre alertas, sempre em movimento. Não param nunca.

Têm grande senso de observação, muita criatividade. Entretanto, saõ distraidas, instáveis e não são perseverantes. Têm um gosto apurado e dotes artísticos, carinhosos e apaixoandos.

Dotados de grande proteção espiritutal, costumam vencer pela força de vontade, especialmente em profissões ligadas à justiça e à economia. Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los.

Na saúde, precisam ter cuidado com o sitema linfático.

7- Odi
Omolú Obaluayê “Onde o poço foi feito pela primeira vez”

Pessoas com esse Odú são objetivas e realistas, mas costumam ser pessimistas inverterados, incapaz de sentir-se satisfeitos. São masoquistas, com mentalidade auto-destrutiva, gostam de exibir os seus sofrimentos, suas tristezas e doenças. Sua conduta social é difícil e agressiva. Sâo amargos e vingativos quando frustados ou reprimidos. São obstinados e combativos por sua ambição. Gostam de viajar, são sinceros e, nos negócios, só pensam em grandes lucros.

No trabalho são meticulosos, exigentes e com mutio senso de responsabilidade, mas falta-lhes capacidade de adaptação e agilidade. São conservadores, não aceitam facilmente as mudanças. Hoje têm tudo, amanhã podem ter nada. Costumam viajar e são venais, contado vantagens por causa de escrúpulos imaginários e são capazes de renunciar a seu conforto em pró de seus semalhantes e do bem-estar da coletividade. Por isso a maioria deles optam pela solidão, renunciando à riqueza, tornando-se humildes e pobres.

Têm pouco sucesso no casamento, pois faltam-lhe capacidade para amar, tanto a seus companheiros como às crianças. Podem ser cruéis e perigosos no amor, a mulher não costuma ligar muito para os filhos.

Ambiciosos, costumam ser bem-sucedidos na sua profissão, mas a indecisão muitas vezes os impedem de concluir projetos importantes. Em contra-partida, quando a fé os imupulsam são capazes de ultrapassar grande barreiras e de grandes feitos.

Sonham com o poder e adoram se divertir, às vezes promovendo grandes confusões. Muitos não possuem sorte no amor.

Na saúde precisam ter cuidado com os rins, a coluna e as pernas.

8- Ejionilê
Oxaguian “Quem carrega o corpo é a cabeça”

Pessoas com esse Odú são valentes, guerreiras, mas são generosos, delicados e tolerantes. Honestos por natureza, organizados e metódicos, calmos e dignos de confiança.

Esse Odú, faz com que sejam hospitaleiros e modestos nas atitudes e gostos. São bons pais, mães, bons maridos, boas esposas e bons filhos.

Não se deixam influênciar e a respeito das opiniões contrárias, fazem o que pensam. Aceitam os reverses da vida com resignação. Levam uma vida quase sem sofrimento e são considerados bon vivans. São sujeitos à acidentes graves.

Amam com intensiadade e têm amizades sinceras. Quando são repudiados ou sofrem traições, podem se tornar vingativos. Devem evitar o uso de bebidas alcoolicas, carnes vermelhas e se vestirem de branco às sextas-feiras e cuidar muito do sistema nervoso central.

9- Ossá Meji
Yansã “Seu melhor amigo e seu pior inimigo”

Pessoas com esse Odú são dominadoras, conquistadoras, exêntricas, agressivas, atrevidas, ingratas, egoístas, impacientes, coléricas, possessivas, cruéis, briguentas, arrogantes, organtes, explosivos e levianas.

Ardilosas, lutam para conseguir atingir os seus objetivos. Não gostam de ser enganados, mas enganam, embora possam até certo ponto serem leais e fiéis. Apesar de tudo, têm boa índole, não guardam rancores, são despreendidos e generosos.

Têm uma vida sexual intensa, com parceiros e atividades variadas. Adoram um bom escândalo e não se preocupam com eles. Não ligam para falatórios a seu respeito. Quando apaixonados, são delicados e ciumentos. Adoram atitudes escândalosas, atrevidas. Gostam de roupas e enfeites coloridos, berrantes e ousados, com tendência para a cafonice. Não gostam de criar, nem de cuidar de crianças.

Viajam muito, são excelentes comerciantes, com muito faro e tino para negócios.

Sofrem com problemas nos genitais.

10- Ofun Meji
Oxalufan “Aquele que vence os obstáculos, aqui nasce a maldição!”

Pessoas com esse Odú são inteligentes, tem muita força moral e são apegados aos bons costumes. São simples, pacientes, resignados, delicados, paternais, generosos e hospitaleiros.

Têm um auto-controle muito grande e são calmos, respeitáveis e dignos de confiança. Planos e projetos, se colocados a seu cargo são executados a despeito de qualquer contra-tempo. Entretanto, são egocêntricos, frios, impessoais, lentos, fechados, silenciosos e reservados.

Teimosos, indomáveis e calculistas, sua complacência é falsa e não sabem perdoar.

Na saúde precisam sempre cuidar do estômago e da pressão arterial.

11- Oworyn
Oxumarê “Se vai e volta, não seja mal agradecido”

Pessoas com esse Odú são inteligentes, dinãmicas, pacientes e perseverantes, não medindo esforços em seus empreendimentos.

Sonham com a riqueza e são sempre bem-sucedidos na vida. Apreciam as artes, Têm gosto apurado, acuidade visual e sentido de cores. Elegantes. altivos e irônicos acham-se sempre melhor do que os outros. São maledicentes, fofoquieros, intrigantes e indiscretos, procuram pulverizar seus adversários com grande eloqüência.

São inseguros, seduzem com falsas promessas de poder e riqueza. São generosos quando desejam algo, mas no amor, estão sempre lutando para se impor ao objeto de seus desejos. Apresentam dupla personalidade ou são bissexuais.

Têm vida longa, mas as más influências e a falta de fé os leva a enfrentarem dificuldades materiais e a só alcançar o sucesso depois de grandes sacrifícios. Sâo volúveis e fracassam no primeiro casamento.

Na saúde, tem problemas com a garganta, sistema reprodutor e aparelho digestivo.

12- Ejila Xeborá
Xangô “Quando há uma guerra, o soldado nunca dorme”

Pessoas com esse Odú são machistas, conquistadoras, prepotentes e teimosas. São enganadores natos, mas não gostam de ser enganados. Libertinos, sensíveis às pessoas, são maridos infiéis, ciumentos e vingativos. São senhores de várias mulheres, provocam e estimulam paixôes violentas. São apegados às mães, podendo inclusive praticar o incesto, nem que seja em pensamento.

Valentes, agressivos, cruéis, voluntários, enérgicos, caprichosos e institivos, tendem a ser líderes compulsivos e violentos. Embora guardem um profundo e constante sentimento de justiça, são severos ou benevolentes, segundo o humor do momento. Quando lhes convém, são honestos.

Usam o encanto pessoal, para com muito tato, fazer conchavos. Geralmente usam as pessoas e quando não precisam mais delas, as desprecia ou as destrói.

Arrogantes e vaidosos, sensuais e glutões, amam a vida e tudo que lhes dê prazer e querem sempre o melhor para si.

13- Ejiologbon
Nanã “A morte lhe anuncia uma nova vida”

Pessoas com esse Odú são trabalhadoras e eficientes. Tem dotes materiais muito aflorados. São sábias, carinhosas e devotadas. Extremamente organizadas, são previdentes e sempre agem com muita calma, benevolância, gentileza e dignidade.

São pessoas lentas, indulgentes, bem equibradas e justas. Normalmente educam com excesso de doçura e mansidão. Entretanto, zelam pelos bons costumes não aceitando mentiras, desonestidades ou falsidades. Em determinados momentos tornam-se extremamente intolerantes e vingativas.

Algumas pessoas desse Odú, tornam-se taciturnas, mal-humoradas, ranhetas e vaidosas, gostando de solidão. A maioria acredita que tudo na vida é transitório e aceitam com resignação os sofrimentos físicos, emocionais e espirituais. Além disso, sua profunda fé termina por lhes assegurar vitória.

Sem sorte no amor, são dotados de mão de cura e se destacam nos serviços médicos e de assistência psicológica e terapias alternativas.

Precisam sempre ter muito cuidado com baço e pâncreas.

14- Iká
Ossaim “Aquele que tira água com peneira”

As pessoas com esse Odú são introvertidas, desconfiadas e esquisitas, de temperamento discreto, São desligados, gostam de liberdade e são desprovidos de interesses materiais, embora possam ser ricas. São imprevisíveis e podem ser bissexuais.

Sâo tolerantes, de bom coração, adoram plantas e animais. Equilibrados, são capazes de controlar seus sentimentos e emoções, julgando os semelhantes através do que sentem e não das convenções sociais.

Belos e sensuais, tem aparência juvenil e forte poder de sedução. Vivem paixôes arrebatadoras, mas passageiras e estão sempre em busca de novos amores.

Possuem muito talento para a magia e uma enorme força espiritual, que se manisfesta através do olhar. Tem tendência a ter conflito psíquicos e problemas nas articulações que podem lhe causas problemas de locomoção.

15- Obeogundá
Oba “Um soldado está sempre alerta”

Pessoas com esse Odú são vaidosas e incompreendidas, têm sucesso nos negócios e nos ganhos por serem decididos e agressivos. Vão até às ultimas conseqüências para alcançar seus objetivos.

Gostam de acumular bens e são voltados para o feminismo ativo e têm posições bem definidas. São dotados de ciumes móbidos, e implacáveis quando traidos por amigos.

Sofrem desilusões amorosas e isso acentua sua agressividade e seu sentimento de rejeição. Têm saúde frágil e estão sujeitos a problemas nos olhos, ouvidos e pernas e, também, disturbios do sistema neuro-vegetativo.

16- Aláfia
Orumilá “Aquele que abençoa a todos”

Pessoas com esse Odú são calmas, racionais e mesmo sendo muito raro, esse Odú faz com que as pessoas tenham domínio sobre suas paixões. São excelêntes na área de vendas e de artesanato.

Desistem facilmente dos seus projetos e perdem o interesse por aquilo que já conquistaram. Estão sempre sujeitos à problemas cardiovasculares, psíquicos e de visão.

 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Folha de Akoko


Em Iorubá - Akôko
Nome Cientifico: Newboldia laevis Seem
Nome Popular: acoco

O Akôko é uma das folhas preferidas por todos os candomblecistas por ser associada sempre a prosperidade, tanto de dinheiro (owo), como de filhos (omo). De origem africana, foi introduzida aqui pelos africanos, onde se adaptou perfeitamente. É atribuída aos Orixás Ossaim e Ogum, pois esta árvore é considerada abundante e na África acomoda em suas sombras, assentamentos do Orixá Ogum onde seu culto é extenso na cidade de iré. Akôko é uma árvore sagrada também conhecida mo árvore de Oxóssi.
Entre os Iorubás, é considerada um sinal de prosperidade, pois seus troncos eram muito empregados nas feiras, locais onde o comércio era intenso e era comum que, após serem utilizadas como estacas, seus troncos brotassem, gerando novas árvores.
Já no culto Egungum, o Akôko desempenha um papel fundamental na união dos seres do Ayê (mundo dos vivos) e Orum (mundo dos espíritos). Seu tronco que geralmente não é muito ramificado, lembra um grande opó ixé, que ligaria o Céu a Terra. Nesse caso, sua principal relação se dá com a Iyagbá Oyá, Senhora dos Ventos e dos eguns, que recebe o título de Alakôko, senhora do Akôko. Constatamos assim dois aspectos importantes dessa árvore: Sua ligação com a ancestralidade e com o elemento Ar.
Entre os jeje, recebe o nome de Ahoho (pelos Mahi) e Hunmatin (pelos Mina). O Ahoho é um huntingomé/jassú (árvore sagrada) consagrado ao Vodun Gun (Togbo) que costuma tê-la como seu principal atín sa. Segundo a tradição Mahí, os galhos do Ahoho devem ser levados junto ao corpo, em viagens longas, ou que ofereçam algum tipo de risco. Durante a execução de obrigações difíceis também. Essa medida teria como finalidade atrair a proteção de Togbô, que é um guerreiro terrível e que sempre luta pelos seus filhos.
O Akôko é uma folha associada a realeza, daí ser chamada de "a folha dos reis". Espalhada no chão do barracão em dia de festa, atrai prosperidade. Segundo a tradição Iorubá, seu tronco não pode ser ferido por machado, faca ou objetos de ferro. É utilizada para todos os Orixás.
Dizem os antigos, que o Akokô está ligado ao final do ciclo da iniciação, quando uma nova etapa na vida do iniciado começará. Por isso é uma folha muito empregada durante cerimônias de festejo dos sete anos (Odu Ige) de iniciado, principalmente quando ocorre entrega de oye (cargo). Segundo alguns, nenhum rei é considerado rei se não tiver levado no seu ori a folha de Akôko.
Quem quiser plantar o Akôko, não precisa de muito espaço, pois o seu tronco não é muito grosso, porém o seu porte é majestoso, fica bem alta. Suas flores também são bem bonitas, lembram a de um Ipê Rosa, pois pertence a mesma família botânica. Porém cuidado, pois existem pessoas vendendo Akosi como se fosse Akôko. Salve o nosso Rei! Árvore forte e imponente, esse é o Akôko. Vamos cantar para ele:
Ewé ófé gbogbo akoko
Ewé ofé gbogbo akoko
Awá li awá oro
Ewé ofé gbogbo akoko
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes
Nós temos, nós somos, riqueza e saúde
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes


Quartinhas


QUARTINHAS

Quartinha é um pequeno pote, geralmente de barro, no qual de deposita água sagrada, água purificada ao Orixá e fica ao lado do assentamento do Orixá. O barro da quartinha, assim como nosso corpo, "transpira" e por isso que as quartinhas devem ser sempre de barro pois elas permitem que a água do seu interior evapore, mas deve-se ter um cuidado constante para que a quartinha não seque por completo, pois ela representa um ser vivo e o cuidado que temos com o Orixá.
Na África, todas as eram confeccionadas em barro, as escravas, quando em solo brasileiro, se encantaram, com as porcelanas das sinhazinhas e começaram a utilizar a porcelana, nos assentamentos dos Orixás femininos, porém as quartinhas de porcelana, louça, latão, metal, fazem com que a água fique estagnada o tempo todo e não evapore. Com o passar dos séculos, tradicionalmente ficou estipulado que os Orixás masculinos, possuiriam quartinhas de barro e os Orixás femininos, assim como Oxalá, tanto Oxalufan, como Oxaguiã, poderiam usarem quartinhas de porcelana.
A quartinha representa a respiração da divindade, então quando a divindade necessita dessa respiração, há o ciclo de evaporação da água através dos poros do barro. Aos Orixás masculinos são oferecidos quartinhas de barro sem alça, aos Orixás femininos são oferecidos quartinhas normalmente de louça ou mesmo de barro com alça.
As quartinhas também são chamadas de Busanguê, Eni, Amoré e outros, dependendo da nação. Colocar quartinha de louça aos pés da divindade, não é uma prática do Candomblé antigo, porque na África não se produz louça. Todos os utensílios ligados ao culto das divindades são feitos na sua maioria de barro e quando não são feitos de barro, é usado terracota ou argila.

Òyá e Sòngó

Xangô era casado com Iansã e viviam no reino de Oió. Um dia Xangô ouviu falar a respeito de um mago que vivia em outro reino, que tinha uma poção capaz de fazer com que aquele que a tomasse, pudesse cuspir fogo e ter o domínio sobre os raios e as tempestades. Xangô incumbe Iansã de ir até o reino deste mago para pegar a poção. Quando chegou lá, Iansã é avisada pelo mago para não beber o composto do pote em nenhuma hipótese. Entretanto no caminho, Iansã sente uma sede muito grande e não resistindo toma parte da poção. Chegando ao Reino de Oió, ao encontra Xangô e ser questionada sobre a viagem Iansã abriu a boca para responder e sem esperar, em vez de sua fala saiu labaredas de fogo. A partir deste dia Xangô teria de dividir com Iansã, o poder de fazer fogo e dominar os raios e trovões.